Há alguns dias tivemos notícias das dificuldades enfrentadas pelo Parque Nacional do Caparaó, uma das mais importantes unidades de conservação ambiental da região Sudeste do Brasil. Elas revelam, antes de tudo, alguns sintomas do que o Governo Federal vem fazendo com esse país, tendo que cortar investimentos e gastos essenciais para não diminuir o número de Ministérios (hoje são 39), os milhares de cargos de confiança, os gastos com propaganda, o perdão de dívidas de países africanos, o custeio de viagens do séquito presidencial e a farta distribuição de benesses, prebendas e sinecuras.
Além de abrigar o imenso maciço montanhoso onde se localizam o Pico da Bandeira (terceiro mais alto do país), o Pico do Calçado, o Pico do Cristal e outras formações rochosas que marcam a divisa entre os Estados de Minas e Espírito Santo, o Parque abriga matas, cachoeiras, campos de altitude, trilhas e grande diversidade de fauna e flora.
A centralidade econômica do Parque Nacional para a região Leste de Minas Gerais e Sudoeste do Espírito Santo é indiscutível, atraindo enorme quantidade de turistas e gerando emprego e renda nas cidades circunvizinhas. Ademais, teve participação importante na história recente do país, ao servir de cenário para o espisódio conhecido como Guerrilha do Caparaó (1966/1967), tentativa de tomada do poder por militantes de esquerda que inspiraram na Revolução Cubana.
No Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, especialmente durante as gestões de José Carlos Carvalho no Ministério do Meio Ambiente (como Secretário-Executivo e Ministro de Estado), foram realizados relevantes investimentos para melhorar a infraestrutura de apoio aos turistas e aos funcionários, especialmente a abertura da Portaria da Pedra Menina, a modernizaçãodas áreas de camping e a construção de estruturas de apoio, de ambos os lados da Serra do Caparaó.
Ademais, nos últimos dez anos, graças ao apoio do Governador Aécio Neves e dos então Secretários José Carlos Carvalho (Meio Ambiente) e Agostinho Patrus (Transportes e Obras Públicas), o Governo de Minas financiou e construiu a Estrada-Parque Espera Feliz-Pico da Bandeira, que trouxe incontáveis benefícios à comunidade do Paraíso. Ademais, há previsão, no Programa Caminho de Minas, de interligação asfática das entradas mineira e capixaba do Parque Nacional, facilitando o fluxo de turismo para as serras, cachoeiras e fazendas da nossa belíssima região.
Essa semana, estivemos com o Secretário de Turismo do Governo do Estado de Minas Gerais, Agostinho Patrus, acompanhando os Prefeitos de Alto Caparaó, José Gomes, Alto Jequitibá, Daniel Sethler, e os Secretários de Turismo de Espera Feliz, Francisco Melo, e Alto Caparaó, José Carlos, em audiência para tratar da situação do Parque. De acordo com o Prefeito José Gomes, o número de turistas em alta temporada exige maior quantidade de funcionários para atender à demanda, especialmente entre os meses de junho e agosto. O Secretário Patrus se colocou à disposição para ajudar e se dispôs a mobilizar a Secretaria de Tursmo do Espírito Santo para que ambos os Estados possam atuar conjuntamente e sensibilizar as autoridades federais, especialmente os Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, para que analisem essa situação.
Precisamos atuar todos juntos para que o nosso Parque seja cada vez mais fortalecido. As soluções de longo prazodeveriam contemplar, a par de melhorias na gestão e na capacidade operacional, a celebração de parcerias com o setor privado para a exploração econômica do Parque, o que ajudaria a melhorar a qualidade da sua gestão e a disponibilidade de mais serviços, segurança e confortos para os usuários. O Caparaó é um tesouro nacional de todos os brasileiros que precisa ser protegido, bem administrado e inteligentemente explorado para multiplicar as potencialidades econômicas dos Municípios do Entorno e dos Estados vizinhos que o abrigam.
Enrique Carlos Natalino, Mestre em Administração Pública, é Assessor da Secretaria de Governo do Estado de Minas Gerais