Situação tensa na noite desta quarta-feira, 18/02, no presídio de Manhuaçu. Por volta de 19 horas, presos colocaram fogo em colchões e começaram a bater em grades exigindo presença de autoridades, melhorias no presídio e reclamando de superlotação.
Segundo informação dos Bombeiros, a rebelião teve inicio e ficou restrita a ala direita, mais provável na cela 5, e depois se espalhou para a outra ala da cadeia.
Várias explosões de bombas de efeito moral e tiros com carga de festim foram ouvidos do lado de fora da cadeia. A fumaça podia ser vista de longe. Apesar de todo o cenário complexo, ninguém se feriu.
A movimentação de viaturas dos Bombeiros e da Polícia foi grande no local. A rua em frente a delegacia de Manhuaçu foi fechada para facilitar os trabalhos. A situação foi controlada por volta de 2 horas da madrugada.
O Diretor do Presídio Daniel Pereira de Paula disse que a situação foi uma forma dos presos chamar a atenção para a questão da infraestrutura da antiga cadeia de Manhuaçu. “Eles colocaram fogo porque estão insatisfeitos com os problemas estruturais da cadeia. Foi uma forma de chamarem atenção para o cenário que estão. Para a gente, que trabalha na área, isso é esperado. Pessoas que estão afastadas do convívio social, acabam se estressando, dando problema. Não é novidade”.
Os presos jogaram os colchões nos corredores e atearam fogo. O diretor afirma que os presos não pediram nenhuma negociação. “A partir do momento que partiram para rebeldia, esgotou a possibilidade de negociação”.
Segundo ele, ninguém fugiu e não houve feridos, apesar de toda a fumaça e as dificuldades para controlar as chamas, já que é um local fechado.
Familiares de detentos se aglomeraram no entorno buscando informações e acompanharam apreensivos toda a ação.
APOIO
Capitão Aguinaldo Schuab, Comandante do Policiamento em Manhuaçu, informou que todos os policiais foram acionados para dar apoio aos agentes penitenciários e controlar a situação externa.
Sargento Eduardo Dias, do Corpo de Bombeiros, contou que o incêndio de grandes proporções estava no corredor central. “A fumaça era muito densa e tivemos que fazer vários módulos de combate. Foi um trabalho demorado, mas conseguimos debelar as chamas. Aparentemente os presos não foram intoxicados e não havia relato de vítimas”, completou.
Após o controle da situação, ainda durante a amdrugada, uma equipe do batalhão de choque da SUAPI, de Ponte Nova chegou a Manhuaçu para ajudar na retirada dos colchoes queimados da cadeia, bem como revista minuciosa nas celas.
Do Portal Caparaó.