Na última segunda-feira (08) um oficial de justiça cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura, nas secretarias de Assistência Social, Obras, Administração e Finanças em Dores do Rio Preto. O prefeito Ninho, durante entrevista ao Programa Aqui nas Cidades desta quarta-feira (10), disse que a ação se trata de um processo eleitoral, gerado a partir de uma denúncia da coligação derrotada nas eleições do ano passado.
Na entrevista, Ninho disse que foi surpreendido com a presença do oficial de justiça, que apreendeu celulares e computadores de trabalho dos secretários para buscar provas de irregularidades na doação de telhas, colchões e cestas básicas, realizada pela prefeitura, para famílias vítimas de uma intensa chuva de granizo que castigou o distrito de Mundo de Novo no dia 07 de outubro de 2020, bem no meio do período de campanha eleitoral.
“Durante o período eleitoral o município doou quase 12 mil telhas. Tivemos uma chuva de granizo muito forte em Mundo Novo e a Defesa Civil fez todos os laudos e relatórios, fomos ao Ministério Público Eleitoral, onde mostramos todas as fragilidades que as pessoas estavam passando naquele momento. A prefeitura, junto à Defesa Civil, abriu um processo no Governo do Estado, que mandou para nós R$ 75 mil para compra de telhas e o município arcou com o restante, pouco mais de R$ 100 mil” explicou Ninho.
Sobre a doação de colchões, Ninho disse durante a entrevista que eles foram doados pela Defesa Civil do Espírito Santo às famílias desabrigadas por causa das chuvas. Já as cestas básicas foram adquiridas através de Programas dos Governos Federal e Estadual para minimizar o impacto da pandemia.
“Estamos em um momento de pandemia e os Governos Federal e Estadual mandaram dinheiro para cestas básicas, e o município tem feito licitação para compra de 1200 cestas básicas para quem precisa, tudo dentro da lei e da maneira correta”, contou.
De acordo com o prefeito reeleito, a compra e distribuição dos materiais aconteceram dentro da legalidade e que a denúncia tem apenas motivação eleitoral e que a investigação não tem o objetivo de apurar corrupção na atual administração.
“É um processo eleitoral, não tem nada contra o prefeito. E tudo que for para investigar, que investigue. Em 2016 eles também entraram com processo, e perderam, depois desistiram de recorrer, dessa vez foi a mesma coisa. Estão ainda no processo eleitoral. Depois da lavada que eles levaram, do coro que eles levaram, uma administração que deu de quase 62% dos votos válidos e elegeu seis vereadores na chapa, não restam dúvidas que a população queria votar nesse grupo político”, desabafou o prefeito Ninho, de Dores do Rio Preto, sobre o processo e as denúncias.
Sobre o mandado
O mandado de busca e apreensão foi expedido no dia 28 de janeiro de 2021, pelo Juiz da 44ª Zona Eleitoral do Espírito Santo, Evandro Coelho Lima e cumprido por um oficial de justiça no último dia 08 de fevereiro. Nos autos, consta como requerente a coligação “Respeito e Igualdade com Todos” formada pelos partidos Republicanos, DEM, PSDB e Patriota.
De acordo com o texto do processo, os autores denunciam que colchões e materiais de construção foram distribuídos, também na área urbana e não apenas no distrito atingido pelas chuvas. Essa distribuição teria sido feita pelo Secretário de Agricultura a mando do prefeito Ninho com o objetivo de comprar votos.
Já as cestas básicas teriam sido distribuídas sob a coordenação da secretária de Assistência Social, Alessandra Paz, esposa de Ninho. De acordo os denunciantes, era responsabilidade dela procurar os possíveis eleitores nas vésperas das visitas dos candidatos.
Os celulares e computadores levados pelo oficial de justiça, se não apontarem provas de algum ato ilícito, deverão ser devolvidos no prazo de 15 dias.
Do AquiNoticias.com