Uma equipe da Polícia Civil do Espírito Santo viajou nesta segunda-feira (10) para Manhuaçu, cidade onde duas testemunhas garantem ter visto o Gol guiado pelo supervisor de segurança da empresa de escolta armada SVA, Jorge Pereira, que juntamente com o advogado André de Paula Arraz está desaparecido há uma semana.
Os dois homens deixaram a sede da empresa, em Cariacica (ES), na noite do dia 4, em direção a Belo Horizonte, onde o advogado teria uma audiência judicial, representando a SVA. Segundo o delegado Danilo Bahiense, duas testemunhas viram o Gol preto circulando entre Realeza e Manhuaçu, mas não teriam identificado a pessoa em seu interior.
VIGILANTE DIZ TER VISTO O CARRO
A suspeita foi confirmada depois que o funcionário de uma empresa de escolta armada entrou em contato com a família e garantiu que viu o veículo em Manhuaçu.
André Arraz e Jorge Pereira saíram de Vitória às 0h15 da última terça-feira para uma audiência em Belo Horizonte. Eles saíram de Jardim América, Cariacica, com o carro da empresa de segurança para a qual trabalham, um Gol preto, adesivado com o nome da empresa, mas não chegaram ao destino.
Um veículo igual ao que estavam André e Jorge foi visto por funcionários de outra empresa de escolta armada, na BR-262, em Manhuaçu, entre 1h50 e 2h de quarta-feira.
“Nós estávamos indo para Realeza, escoltando uma carreta, quando o Gol preto adesivado passou. Nós buzinamos, mas eles não responderam”, contou o segurança Flávio Rodrigues.
“Achei estranho porque não é comum ver veículos desta empresa naquela região, pois o grupo não conta com postos por lá. Além disso, é comum a gente buzinar ou piscar farol quando encontra com veículos de outras empresas, mas o motorista do Gol preto passou direto”, contou.
Segundo Flávio, outro fato também chamou a atenção do grupo. O Gol preto estava acima do limite de velocidade no local. “O Gol preto passou a cerca de 80 km/h e nós estávamos entre 40km/h e 50km/h. Como passou nessa velocidade, deve ter sido fotografado pelo radar. A região também fica bem próxima a um Batalhão da Polícia Militar. Alguma câmera do local pode ter filmado o carro”, acredita Flávio.
No momento em que foi avistado, o Gol preto estava sendo conduzido por um homem que usava boné, de acordo com Flávio. No entanto, quando André e Jorge saíram de Cariacica nenhum dos dois usava boné, segundo as imagens que mostram a dupla entrando no carro.
“Eu só consegui ver uma pessoa dentro do carro, um homem de boné, na direção. Mas o carona poderia estar ao lado, com o banco recostado”, observa Flávio.
BUSCAS DA FAMÍLIA
A família do advogado André de Paula Arraz também está fazendo buscas em hospitais e postos policiais no trecho entre o Espírito Santo e Minas Gerais. Eles acreditam que André e o motorista Jorge Pereira podem ter sido feridos e dado entrada como indigentes em alguma unidade de saúde.
Familiares do advogado também fizeram buscas em Departamentos Médico Legal da região e afixaram fotos de André em postos policiais. “A família dividiu-se em grupos para visitar esses locais. Acredito que ele tenha sido assaltado e tenha sido abandonado, ferido, e depois socorrido. Ele pode estar em algum hospital, inconsciente”, afirma a esposa de André, Kássia Ferraz Martins Arraz.
Kássia também acredita que as buscas deveriam ser realizadas em outros locais e não apenas no trecho que seria feito pela dupla. “Ele pode ter passado pela região de Ouro Preto para evitar trânsito. Eu mesma já fui para Minas com ele por esse caminho. A polícia precisa procurar por lá também”, completou Kássia.
Helicópteros já fizeram uma varredura no percurso onde André Arraz e Jorge Pereira desapareceram, mas nenhum sinal deles foi encontrado. Segundo o superintendente de Polícia do Interior (SPI), Danilo Bahiense, a polícia continua investigando o caso, com equipes no Espírito Santo e em Minas Gerais.
Com informações de A Gazeta