Na manhã de ontem, autoridades e a comunidade de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, região do Caparaó, participaram de uma audiência pública, para discutir sobre os problemas com a falta de segurança no distrito. A reunião aconteceu na Escola de Pedra Menina e contou com a participação de autoridades municipais e estaduais, civis e militares, do Espírito Santo e de Minas Gerais, já que a comunidade faz divisa com outros distritos que pertencem ao município mineiro de Espera Feliz, e possui acesso, por estradas rurais, para o município de Caparaó (MG).
Mais de 200 moradores do distrito de Pedra Menina estavam presentes à audiência e esperavam ouvir soluções concretas para os problemas vividos pela comunidade, onde, recentemente, aconteceram dois assaltos à uma agência bancária existente na localidade e que também convive com atitudes de pessoas que promovem bagunças pela rua principal do distrito, com veículos em alta velocidade e outras ocorrências. Todos ouviram as colocações da prefeita de Dores do Rio Preto, Cláudia Bastos, e também do comandante do CPO Sul, coronel Inácio Daroz, e do comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente coronel Hermano, além do delegado de Alegre, Sebastião Borges, e da delegada de Guaçuí, Edilma Barbosa de Oliveira.
O coronel Daroz confirmou que o distrito passará a contar com policiamento ostensivo, mas destacou que não poderá ser 24 horas, porque não existe efetivo suficiente para isso, segundo ele. “Mas o policiamento irá acontecer, de dia e de noite, em horários esporádicos, todos os dias, o que deverá proporcionar um pouco mais de paz para os moradores de Pedra Menina”, disse.
Falou, ainda, que já acontecem operações isoladas da PM do Espírito Santo e da PM de Minas Gerais, na divisa entre os dois estados, mas que poderão ser organizadas operações conjuntas. “E a comunidade precisa fazer sua parte, denunciando, enquanto a instituição bancária também precisa investir em sua própria segurança”, destacou.
Depois de ouvir membros da comunidade e as autoridades policiais, a prefeita Cláudia Bastos colocou que estava satisfeita com a participação da comunidade, “porque a população mostrou sua vontade de encontrar soluções”. E falou também sobre a implantação de um sistema de videomonitoramento nos distritos e na sede do município, revelando que o Governo do Estado já ofereceu os equipamentos, enquanto a manutenção ficaria por conta da Prefeitura. “Mas precisamos saber se temos orçamento para isso e quem vai monitorar, se vamos poder contratar pessoal para fazer esse trabalho, ou terceirizarmos o serviço, ou contaremos com a Polícia Militar”, concluiu. O videomonitoramento é visto como uma das principais iniciativas para inibição de atos criminosos.
Organizações chamam atenção para importância da região
A Associação de Moradores de Pedra Menina, Associação de Produtores Rurais de Pedra Menina e o Circuito Turístico do Caparaó Capixaba distribuíram um documento endereçado às autoridades da Segurança Pública. No documento, é ressaltado que o distrito possui, aproximadamente, 2.500 moradores, e faz divisa com as comunidades mineiras de São José, Paraíso e São Domingos. E lembra que a região vem recebendo investimentos, do Governo do Estado, em infraestrutura, além de investimentos do Governo Federal, o que possibilitou, inclusive, a abertura da Portaria do Parque Nacional do Caparaó, pelo lado capixaba.
Em seguida, as organizações pedem a preservação da “ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio” de Pedra Menina. Lembrando que a agência e os serviços bancários suspenderam o atendimento por causa dos dois assaltos à agência bancária, o que tem forçado as pessoas a se dirigirem até a sede do município, provocando perda de renda e deixando de receber pessoas de comunidades vizinhas. Além disso, chama a atenção para uma enquete realizada na escola do distrito, no ano passado, em que a maioria dos jovens revelou o desejo em permanecer vivendo em Pedra Menina, o que demanda a criação de mais opções de educação, cultura e lazer.
O documento chama atenção, ainda, para a produção de cafés de qualidade, na região, o que vem trazendo notoriedade nacional, com a conquista de concursos. Mas isso também traz, de acordo com o documento, preocupação com o depósito e o transporte desse café, com preço bem acima do café comum, entre os produtores rurais, que temem a ação de marginais. Além do potencial turístico que atrai visitantes que querem chegar ao Pico da Bandeira, os quais precisam de segurança para fazer turismo, assim como os moradores precisam de segurança para evitar as ações de visitantes indesejados.
Fonte: Jornal Aqui – Folha do Caparaó