O Conjunto Paisagístico de Espera Feliz

Conheça a história por trás do Conjunto Paisagístico de Espera Feliz, um dos mais belos cartões postais da cidade.

Publicado em 10/10/2018 - 13:48    |    Última atualização: 10/10/2018 - 13:52
 

Com mais de cinquenta bens inventariados e passíveis de tombamento, Espera Feliz é uma cidade que se preocupa com a preservação de seus monumentos. Um de seus maiores bens é o “Conjunto Paisagístico” localizado no centro da cidade, composto pela Praça Cira Rosa de Assis, a avenida Fioravante Padula e o jardim com escadaria da Igreja Matriz de São Sebastião. “Este conjunto, de uma maneira geral, é um importante marco para se contar a história do município”, define Sebastião Amorim, um dos agentes responsáveis pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural.

A concepção e construção destes espaços públicos, que modernizaram a cidade e deram uma nova cara ao centro, ocorreram por volta de 1985, durante a gestão do Prefeito Reinô Martins de Oliveira. Boa parte deste projeto foi concebido e executado por Pedro de Oliveira, engenheiro titular da prefeitura municipal à época. Já a construção das passarelas e a implantação de jardins situados na escadaria da igreja matriz são de um projeto mais antigo, idealizado por Maclóvis Murilo Lopes, prefeito de Espera Feliz no final dos anos de 1960.

O conjunto de paisagens não se restringe apenas a estes espaços, mas também abrange a Praça da Bandeira, os canteiros em frente à prefeitura, o Calçadão e o canteiro central da rua João Sebastião de Amorim, que se estende até próximo ao Estádio Municipal.

Um fato curioso que vale ser ressaltado é que o canteiro central da avenida Fioravante Padula foi construído justamente onde passava a linha ferroviária da extinta empresa de trens The Leopoldina Railway Company, onde ainda se pode ver as antigas lajotas de pedra que serviam de alicerce para os trilhos. O local conta com um diverso jardim de flores e gramas, várias palmeiras e duas grandes árvores ornamentais em frente ao Banco do Brasil – uma sibipiruna, nativa da mata atlântica, e um fícus benjamina, nativo do Sul e Sudeste da Ásia. Ambas fazem parte da paisagem local desde antes do projeto desta reforma arquitetônica. “A preservação deste conjunto representa todo um processo de reconstrução e desenvolvimento do centro de Espera Feliz”, explica Renato Milholo, advogado, cartunista e professor aposentado residente da cidade.

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Bens tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal

Embora todos os jardins do centro da cidade possam ser considerados pertencentes a este Conjunto Paisagístico, são tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal apenas a Praça Cira Rosa de Assis, o canteiro central da avenida Fioravante Padula e os jardins e escadaria da Igreja Matriz.

O tombamento ocorreu no ano de 2002, durante a gestão do Prefeito Tarcísio Maria de Lacerda, como forma de proteger estes espaços públicos. “O tombamento de bens públicos como estes garante sua conservação, evitando que suas características originais sejam alteradas”, explica Sebastião Amorim.

Hoje, o setor responsável por estes espaços é a Secretaria Municipal de Educação que, através de uma equipe especializada e de um conselho próprio, cuida das praças e faz a gestão dos recursos destinados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais para as devidas manutenções. “Fazemos um trabalho minucioso de conservação deste patrimônio, pois se as normas não forem estritamente seguidas, o município pode perder pontos junto ao IEPHA”, esclarece Sebastião Amorim.

A história da Praça Cira Rosa de Assis

A Praça Cira Rosa de Assis foi inaugurada ainda no governo de Reinô Martins de Oliveira alguns anos após a desativação da ferrovia. Devido à necessidade de uma reforma no local onde, antigamente, servia de depósito de cargas e trilhos de manobra para as locomotivas, a construção desta praça se constitui em um verdadeiro marco histórico para o município.

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Edificada com pedras de mão e pedras portuguesas, a praça foi projetada em um estilo arquitetônico rústico rural e contém o Monumento aos Caçadores – que explica a origem do nome da cidade –, um chafariz, um aquário de carpas, uma capela e a famosa Casa de Pedra, que já foi Biblioteca Municipal e onde hoje funciona o Telecentro, um importante projeto que estimula e capacita as crianças para a inclusão digital.

O projeto da Praça Cira Rosa de Assis foi elaborado através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Espera Feliz e a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. O professor Renato Milholo, que à época lecionava Desenho na citada escola, propôs aos alunos da área de Paisagismo que fizessem como trabalho de conclusão de curso vários projetos para a futura praça. “A partir de uma comissão formada pelo Prefeito Reinô Martins de Oliveira, um dos projetos foi escolhido e assim foi construída a praça”, informa Renato Milholo.

Quanto a escolha do nome, Renato Milholo explica que Dona Cira Rosa de Assis, uma das primeiras moradoras da região, era proprietária de grandes quantidades de terras. Na ocasião da implantação da estrada de ferro, que iria passar por São Sebastião da Barra, os residentes do povoado não quiseram ceder parte de suas terras para a empresa de trens. Então, Cira Rosa doou um terreno para que fossem construídas a estação e as demais instalações ferroviárias, exatamente onde hoje se localiza o centro da cidade. Por isso, em homenagem a ela, a praça foi batizada com seu nome. “Graças à Cira Rosa, a cidade ganhou um novo visual em termos de paisagismo”, afirma Renato Milholo.

Fotos: Farley Rocha.

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Reportagem do projeto “Interventor Repórter”.
Saiba mais sobre o projeto aqui.

Parceria: E.E. Interventor Júlio de Carvalho e Portal Espera Feliz.

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Texto: Aline Gabriel Nogueira, 17 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio.

Professora Orientadora: Mirian Gripp.


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