Aparecida Fortunato Silva, de 27 anos, foi absolvida do crime de homicídio a qual estava sendo acusada. Ela ficou conhecida em Manhuaçu quando no dia 27 de setembro de 2013 jogou o próprio filho no lixo, logo após dar a luz. O caso aconteceu no bairro Petrina.
O julgamento do caso aconteceu no Fórum Desembargador Alonso Starling, em Manhuaçu, nesta terça-feira (18). O Ministério Público, através do promotor Renan Cota Coelho, apresentou acusação desclassificando o crime de homicídio para infanticídio. Já a defesa pediu pela absolvição da ré, alegando que o crime teria ocorrido de forma acidental.
Para o advogado de defesa, Wenceslau Ferreira da Costa Filho, o resultado não poderia ser diferente. “O laudo pericial da Aparecida comprovou que ela estava no estado puerperal, ou seja, sob influência de uma série de transformações de várias naturezas. Após as explanações, os jurados entenderam que a morte do bebê ocorreu de forma acidental”, afirmou.
Em depoimento, Aparecida informou que não se lembrava do que teria acontecido, versão esta que foi controversa à declarada no dia em que foi presa. Na oportunidade, ela confessou que teria matado a criança. Ocorre que, de acordo com os médicos, o estado puerperal (depressão por parto) pode permanecer por até seis semanas. E o fato teria sido comprovado em laudo pericial.
“Só depois que retornou a si, Aparecida informou que encontrou seu filho morto. Neste caso, a acusação de infanticídio, alegado pelo MP, não prosperou. Os jurados, portanto, absolveram a mulher do crime de homicídio”, concluiu Wenceslau.
Aparecida foi condenada apenas na ocultação de cadáver e pegou pena de um ano em regime aberto.
ENTENDA O CASO
Aparecida Fortunato Silva, de 27 anos, foi presa na tarde do dia 27 de setembro de 2013. Ela era acusada de matar o próprio filho, um recém-nascido de aproximadamente nove meses. O bebê havia sido encontrado dois dias antes por funcionários da Usina de Reciclagem, enrolado em um pano.
A partir da notícia de que um recém-nascido fora encontrado no lixão, houve uma mobilização social para descobrir quem era a mãe responsável por tamanha covardia. Neste intuito, os próprios vizinhos desconfiaram de Maria Aparecida e acionaram equipes das Polícias Civil e Militar.
“Fizemos um apelo, através do rádio, para que as pessoas nos passassem informações, de forma anônima. Hoje, recebemos a denúncia do mau cheiro que havia na casa e que ela poderia ser a mulher que jogou a criança no lixo”, conta o delegado Getúlio Lacerda.
CONFISSÃO
Na época, a mulher morava sozinha numa casa no bairro Petrina. Ao ser abordada pelos policiais, inicialmente ela negou que tivesse matado o próprio filho. Porém, depois de muita insistência Aparecida acabou confessando. Militares e civis encontraram restos da placenta e roupas sujas de sangue na casa da mulher.
Em poucas palavras, Aparecida apenas disse que vive sozinha e que o pai da criança não tinha conhecimento que ela estava grávida. A mulher afirmou que não teria condições de criar e resolveu dar fim ao bebê.
Aparecida foi presa e levada à Delegacia de Manhuaçu, onde prestou mais esclarecimentos. Em seguida, foi levada ao Presídio.
Fonte: Portal Caparaó