Mãe com filha no colo é impedida de assistir aula na UEMG e colegas saem da sala em solidariedade

Segundo aluna, professora do curso de pedagogia disse que era melhor a estudante perder a aula.

Publicado em 25/10/2022 - 15:23    |    Última atualização: 25/10/2022 - 15:23
 

BELO HORIZONTE (MG) – Laura Santos, de 20 anos, estudante do terceiro período de pedagogia da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) no turno da noite, teve que levar a filha de seis meses, Ágatha Santos, para a aula. Porém, ela foi convidada a se retirar da sala por uma professora, nessa quinta-feira (20/10).

“A professora do primeiro horário me acolheu, até tirou foto. Voltando do intervalo, a outra professora nem me deu oportunidade de falar. Perguntou quem era a criança e pediu que eu me retirasse da sala porque eu não poderia assistir aula com a neném”, disse a estudante.

A aluna alega que a professora disse que “pessoas não matriculadas não podem ficar em sala”.

Chorando, Laura saiu da sala com a filha, junto com a representante da turma. Elas foram para a sala do vice-diretor da instituição. Ele disse às alunas que não há lei que proíba crianças em universidades, mas que também não há lei que libere. Porém, o estatuto da UEMG não recomenda a presença de crianças.

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Ao voltar para a sala, as alunas transmitiram a resposta do vice-diretor à professora, que não aceitou e manteve seu posicionamento.

“Minha turma então falou que, se a professora não me deixasse assistir a aula, que ninguém assistiria. Todos sairiam comigo. Os alunos tentaram mais uma vez, pediram para ela abrir uma exceção, já que eu já havia saído de casa, mas ela respondeu que preferia que eu usasse meus 25% de falta do que ir para a aula com a neném. Que não aceitava mesmo”, completou.

Ela explicou que o pai da criança fica com ela à noite, para que possa estudar. Mas, naquele dia, ele teve que ficar até mais tarde no trabalho e, como não encontrou ninguém próximo que pudesse ficar com a bebê, a mãe resolveu levá-la para a faculdade.

Em solidariedade, todos os colegas saíram da sala de aula. No dia seguinte, os alunos organizaram uma manifestação dentro do prédio da Faculdade de Educação da UEMG, no bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Entre os cartazes levados pelo grupo, estava um que dizia “Pelo direito de ser mãe e frequentar a universidade com dignidade”. Ágatha também participou do ato.

Ainda segundo Laura, a direção da universidade entrou em contato com ela por telefone, dizendo que não compactua com a atitude da professora.

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“Isso aconteceu comigo, mas acontece em outros lugares, com outras mães. Estamos estudando educação! Na universidade, a gente discute muito a evasão de mulheres da universidade, mulheres que param de estudar por conta da maternidade”, afirmou a futura pedagoga.

Com informações do G1 e Estado de Minas.


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