O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, admitiu nessa terça-feira (16/3) que Minas pode vir a enfrentar falta de oxigênio hospitalar e de insumos do kit de entubação por COVID-19.
Ao menos 13 prefeituras registraram desabastecimento ou escassez desses itens nesta terça-feira (16/3): Bocaiúva, Brasília de Minas, Coração de Jesus, Espinosa, Jaíba, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Salinas, Taiobeiras e Varzelândia. Todos os municípios ficam na Região Norte de Minas.
Em Belo Horizonte, o Complexo Hospitalar São Francisco, Região Nordeste da capital, acusa falta de anestésicos e anticoagulantes.
“A gente já vem pedindo apoio do Ministério da Saúde já prevendo sim esse aumento de consumo de oxigênio, para que não haja falta de suprimento no decorrer desses dias”, afirmou Bacheretti. “Lembrando que o Brasil, hoje, é o epicentro do mundo em COVID, está consumindo muito esses medicamentos (do kit de entubação). Então, provavelmente, esse consumo vai afetar sim a distribuição”, complementou o novo secretário.
Baccheretti, contudo, negou que, no momento, haja carência dos produtos na rede assistencial mineira, em que pese o alerta emitido por diversas cidades mineiras. Sobre o oxigênio, o gestor diz que o estado registra faltas pontuais em algumas instituições, devido à complexa logística de distribuição do insumo.
“O oxigênio é um insumo essencial complexo em sua logística. A maioria dos hospitais grandes, que têm leitos de CTI, utilizam grandes reservatórios de oxigênio líquido. Mas os leitos que estão sendo ampliados, muitas vezes, não dá tempo de criar essa estrutura. Não são leitos com cilindros de oxigênio, eles utilizam balas de oxigênio. A logística dessa modalidade é complexa, é preciso trocar várias vezes. Então, está sendo feita pelas empresas fornecedoras de oxigênio uma grande estruturação logística no estado. É uma questão muito mais logística do que outra coisa”, tranquilizou.
Já sobre os itens do kit de entubação, o secretário afirmou que a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) montou um estoque de retaguarda a fim de evitar o desabastecimento.
“Nós fizemos uma compra recente (dos insumos do kit). Lembrando que esse medicamento é essencial e o hospital tem que comprar na sua rotina, mas nós, como estado, compramos uma quantidade para poder distribuir às regiões que mais faltam”, garantiu.
MUNICÍPIOS PEDEM AJUDA
Um comunicado divulgado na manhã desta terça (16/3) pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) aponta escassez ou desabastecimento de oxigênio em ao menos 13 cidades da Região Norte. São elas: Bocaiúva, Brasília de Minas, Coração de Jesus, Espinosa, Jaíba, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Salinas, Taiobeiras e Varzelândia. A entidade pede ajuda do governador Romeu Zema (Novo) para aquisição do produto, além de apoio financeiro para enfrentamento da pandemia.
“O pedido da AMAMS foi também de socorrer as famílias em vulnerabilidade social, com a distribuição de cestas básicas. Por causa das medidas restritivas, que impedem a retomada das aulas, as Prefeituras não estão contratando os professores e demais trabalhadores do setor e com isso, são milhares de pessoas sem essa opção de sobrevivência. Aliado a isso, há as famílias carentes e, por isso, o apelo da AMAMS para de imediato, serem distribuídas cestas básicas, que amenizem o quadro de fome de diversas famílias”, diz o texto.
Em Belo Horizonte, o Complexo Hospitalar São Francisco confirmou a falta de anticoagulantes e anestésicos para a entubação por COVID-19.
Do Jornal Estado de Minas.