ESPERA FELIZ (MG) – Durante o mês de novembro, o Colégio Portal do Saber realizou o concurso fotográfico “Paisagens Urbanas: ícones da primeira era de Espera Feliz”, como trabalho da disciplina de Arte da turma de 3ª Série do Ensino Médio.
De acordo com o professor Farley Rocha, regente das aulas e responsável pela elaboração do concurso, a partir do conteúdo estudado a respeito da arte nos espaços urbanos os alunos tiveram a oportunidade de observar a estética artística presente na arquitetura antiga de Espera Feliz. “Nossa cidade possui diversos casarões dessa época. Além de belíssimos, são verdadeiras relíquias e funcionam como documentos históricos do nosso passado. Com esse concurso, os estudantes puderam refletir sobre a identidade do lugar onde vivem e registrar as transformações ocorridas através do tempo”, explica o professor.
Segundo ele, Espera Feliz se divide em dois momentos, perceptíveis em sua composição arquitetônica: há construções que datam, aproximadamente, de 1915 a 1970; e outras que vão de 1970 até a atualidade. “Todos os prédios, casarões e casas da primeira era possuem traços similares, que refletem as influências estrangeiras do período das extintas mineradoras de mica e caulim que tivemos por aqui. Já a segunda era se carateriza pelas construções de estilo moderno, contemporâneas dos ciclos econômicos do leite e, mais recentemente, do café”, detalha Farley Rocha.
Conforme explica a arquiteta Fernanda Rocha, esse estilo, denominado de Eclético, foi disseminado posteriormente à arquitetura neoclássica, introduzida no Brasil com a chegada da Família Real. “Como o Neoclássico exigia materiais nobres como pedra e mármore, o ecletismo foi uma alternativa para as construções se padronizarem ao estilo daquele momento, especialmente no interior do país, mesclando formas geométricas e frontões triangulares na ornamentação das fachadas”, elucida Fernanda.
Alguns exemplares ainda podem ser vistos em diversos pontos da cidade, principalmente nas ruas Major Pereira, Américo Vespúcio de Carvalho, José Grillo e no centro velho, nas proximidades da rodoviária, onde resiste o mais monumental de todos: o Hotel Montanhês. “Além de rastrear a presença dessa estética na paisagem urbana de Espera Feliz, o concurso fotográfico serviu para estimular a preservação da memória local, já que muitas dessas edificações, infelizmente, ou foram demolidas ou estão sendo descaracterizadas pela modernização imobiliária”, opina o professor.
O concurso contou com uma comissão julgadora composta por cinco professores da área de Linguagens e Literatura, que avaliaram, selecionaram e classificaram as mais de 30 fotografias produzidas pelos alunos. Entre os critérios técnicos e temáticos, foram avaliados requisitos como enquadramento, composição, tratamento de cores, coerência com o tema, angulação criativa e expressividade, chegando a um veredito de três melhores imagens. “As memórias são construídas não somente com relatos históricos, mas também com resquícios do passado. Esses casarões são parte importantíssima da memória daqueles que já não estão mais aqui, e preservá-los é tornar a história presente em nosso cotidiano”, afirma a professora Amanda Gerardel, que fez parte da comissão julgadora ao lado de Mara Rubia, Pricila Magro e João André Simiquelli.
Confira a seguir o resultado do concurso “Paisagens Urbanas: ícones da primeira era de Espera Feliz”, na ordem de classificação e autoria de cada imagem:
1º LUGAR: “Casa em ruínas na rua Cira Rosa de Assis”
2º LUGAR: “Edifício do Hotel Montanhês”
3º LUGAR: “Igreja Matriz de São Sebastião”
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E abaixo, outras fotografias selecionadas que merecem destaque:
Da redação do Portal Espera Feliz.