“Cidade acabou”, diz prefeito Carlinhos Cabral à reportagem da Globo

Prefeito conversou com reportagem do G1 Zona da Mata.

Publicado em 27/01/2020 - 17:47    |    Última atualização: 27/01/2020 - 17:47
 

O G1 Zona da Mata, portal de notícias da Globo, publicou matéria sobre o estado de calamidade em que se encontra a cidade de Espera Feliz após a enchente deste fim de semana.

Na matéria, o prefeito municipal Carlinhos Cabral diz que “a cidade acabou”. Veja a íntegra da notícia do G1 abaixo:

DO G1 ZONA DA MATA

O município de Espera Feliz, na Zona da Mata de Minas Gerais, ficou completamente destruído após as fortes chuvas que atingiram a região na sexta-feira (24) e no sábado (25). Pelo menos 1.500 pessoas estão desabrigadas na cidade.

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Nesta segunda-feira (27), o G1 conversou com o prefeito Carlinhos Cabral (PPS), que afirmou que a cidade foi devastada pelo temporal.

“O rio subiu de dois a três metros em um período muito rápido. Estimamos que 75% da cidade foi invadida pela água. É uma situação nunca vista antes em Espera Feliz, nossa cidade acabou.”, afirmou o prefeito.

Pela proximidade com o Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó, foram registradas cabeças d’água em cachoeiras do local que desceram em um volume muito grande para o Rio São João, que passa em Espera Feliz.

‘Uma situação nunca vista antes’

Espera Feliz ficou debaixo d'água durante o fim de semana — Foto: Prefeitura de Espera Feliz/Divulgação
Espera Feliz ficou debaixo d’água durante o fim de semana — Foto: Prefeitura de Espera Feliz/Divulgação

Espera Feliz, com aproximadamente 25 mil habitantes, foi arrasada por enchentes, deslizamento de terra, problemas de estrutura nas pontes que servem de entrada ao município.

A secretária de Governo e Gestão, Vera Lúcia Grillo Ramos, explicou à reportagem que um decreto de situação de emergência foi enviado ao Governo de Minas Gerais na última sexta-feira (24). Entretanto, a Administração Municipal está considerando o caso como calamidade pública, porém não conseguiu acesso ao prédio do Executivo para formalizar a situação.

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Conforme a secretária de Governo explicou, a estimativa é de que oito mil pessoas chegaram a ficar desalojadas, em abrigos, igrejas e casas de familiares desde sexta-feira.

A Prefeitura está realizando o levantamento e afirmou que mais de 1,5 mil pessoas perderam tudo nas residências, e não podem mais retornar, o que as caracteriza com desabrigadas.

No domingo (26), foi divulgado pela Defesa Civil municipal e pelo Corpo de Bombeiros que 11 pessoas estavam desaparecidas durante a enchente. Cabral confirmou nesta segunda que todos foram encontrados com vida e, até o momento, não há registro de óbito em decorrência das chuvas.

O comércio também foi afetado. Diversos lojistas de variados seguimentos perderam mercadorias e os bancos da cidade não estão funcionando.

Vera explicou que ainda há pontos onde o fornecimento de energia não foi restabelecido. Já em relação ao abastecimento de água, a Copasa informou ao município que canos que levam o produto às residências foram rompidos durante a tempestade. Às 7h desta segunda-feira, foi restabelecido o fornecimento, porém de forma emergencial.

Seis dos sete postos de saúde do Programa de Saúde da Família (PSF) foram inundados e afetados. Apenas a unidade localizada na Zona Rural funciona sem comprometimentos.

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O prefeito também revelou que as quatro pontes que ligam a cidade estão interditadas com risco de desabamento. Para acessar Espera Feliz e transitar entre partes do município, é preciso passar por um contorno não asfaltado por fora da cidade.

“Nossa situação é muito crítica. Temos mais de 10 mil pessoas que estão com problemas, pessoas que perderam tudo. Foi a pior enchente que já ocorreu na cidade.”, relatou Cabral.

Nesta segunda, não há expediente no prédio da Prefeitura, entretanto Carlinhos afirmou que todos os servidores estão a postos para trabalhar na limpeza da cidade e na ajuda aos desabrigados.

O prefeito Carlinhos Cabral afirmou ao G1 que ainda não recebeu verbas de emergência. Uma equipe da Defesa Civil Estadual e do Corpo de Bombeiros de Valadares estiveram no local no domingo (26).

Os moradores que perderam tudo nas residências ou estão em situação de risco foram abrigados em cinco pontos diferentes, entre igrejas, associações, escolas estaduais e um Seminário da Igreja Católica, localizado no Centro da cidade.

No Seminário, ocorre a concentração de servidores e voluntários que recebem doações de roupas, alimentos não perecíveis, bens materiais, água potável e outros produtos. Os interessados em doar estes materiais podem ir até o local.


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