Aumento de impostos em MG faz Grupo Zema fechar centro de distribuição recém construído

Segundo o presidente do grupo, aumento do ICMS em Minas Gerais tornou o funcionamento do centro de distribuição inviável.

Publicado em 05/10/2015 - 14:57    |    Última atualização: 05/10/2015 - 14:57
 

Inaugurado há poucos meses, CD já vai fechar. Foto: João Gabriel B. Meneghite.

Inaugurado há poucos meses, CD já vai fechar.

Foto: João Gabriel B. Meneghite.

O Grupo Zema, sediado em Araxá (Alto Paranaíba), decidiu desativar o Centro de Distribuição (CD) em Leopoldina, que recebeu investimentos de R$ 25 milhões em sua construção. Além dos impactos negativos provocados pela crise econômica e pelo aumento dos custos, a aprovação do Projeto de Lei 2.817/15, que reajusta a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação Serviços (ICMS) incidente sobre diversos produtos comercializados pelo grupo e sobre a energia elétrica, tornou inviável a manutenção da unidade em funcionamento.

“Estamos desativando o Centro de Distribuição de Leopoldina, que foi inaugurado recentemente. A empresa tem operado de forma sacrificada e com o aumento da carga tributária a situação ficou ainda mais difícil. No atual cenário, precisamos reduzir os custos de qualquer forma. E a notícia do aumento do ICMS não poderia ser pior, pois o impacto será nos custos com energia e nos produtos eletroeletrônicos, entre outros. Por isso, não descartamos novos ajustes. Nosso negócio foi profundamente impactado”, disse o presidente do grupo, Romeu Zema.

Segundo ele, a tendência é que, após a elevação do tributo, consumidores de muitos municípios onde a empresa atua migrem o consumo para cidades vizinhas. “Temos muitas lojas que estão perto da divisa com outros estados e o cliente terá mais facilidade para comprar em São Paulo, Espírito Santo e Bahia, por exemplo, onde existem cidades quase geminadas com Minas”, diz ele.

Romeu Zema.

Romeu Zema.

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Ainda conforme Zema, com o encerramento da atividade de distribuição em Leopoldina, o serviço será concentrado na unidade de Araxá, onde também está instalada a sede da empresa. Ao todo, serão eliminados 90 empregos diretos e mais de 30 indiretos. O CD de Leopoldina era responsável pelo abastecimento de 106 lojas localizadas em Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

“Para os funcionários de Leopoldina estamos oferecendo a recolocação na unidade de Araxá. Como os trabalhos serão ampliados, vamos contratar cerca de 30 pessoas”, afirma o empresário.

Zema, no entanto, não descarta a reabertura da unidade da Zona da Mata, o que será avaliado nos próximos anos, caso ocorra a recuperação da economia brasileira e as condições de manter a empresa em Minas Gerais se tornem mais favoráveis. “Mudando o cenário econômico, nossa ideia é, no futuro, reabrir o CD. Não sabemos quando isso ocorrerá, porque já estamos registrando recuo nas vendas, teremos em 2016 uma olimpíada indigesta e o aumento do ICMS acabou sendo o estopim para o fechamento da unidade”, explica o empresário.

Com a queda de 8% nas vendas entre janeiro e setembro, o Grupo Zema também optou pelo fechamento de 12 lojas distribuídas por todo o Estado, que não estavam gerando rentabilidade e sem perspectiva de melhora. Somente no mês passado, a comercialização foi 17% menor. “Diante da atual situação econômica, o consumidor praticamente reduziu as compras em todos os ramos, principalmente de eletrodoméstico, vestuário e veículos. Até o momento, as vendas caíram 8% quando comparadas com igual período de 2014. O mais grave é quando comparamos setembro com igual mês do ano passado a queda chega a 17%. A situação está se deteriorando. Por isso, optamos pelo fechamento de algumas unidades. Em 2015, abrimos 29 lojas, mas não temos planos de inaugurações e, provavelmente, teremos mais lojas fechadas”, diz o empresário.

De acordo com Zema, a expectativa é encerrar este exercício com resultados equivalentes aos de 2013. “Nós estamos trabalhando e vamos ficar felizes se alcançarmos os resultados de 2013. Vale lembrar que estamos recuando dois anos em resultados e o que vendemos não equivale ao aumento dos custos que tivemos nesse período. A cada dia fica mais difícil fechar a conta. Esperamos que o governo do Estado faça ajustes, como todos os empresários e a população estão fazendo. Assim como no governo federal, na esfera estadual o que vemos é apenas o inchaço no quadro de funcionários”, reclamou.

Com informações do ÉoCombatente.


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