Queridos leitores, votos de paz!
Acabo de chegar de uma viagem a São Paulo, onde tive a oportunidade de participar de duas gravações do Programa Para Viver Bem, da TV Aberta, dirigido por Humberto Pazian. Gostaria de agradecer aos amigos que, cientes desse meu compromisso, incluíram-me generosamente em suas orações. A experiência foi profundamente enriquecedora, e, em breve, poderemos, aqui em Minas, assistir ao programa pela Internet.
No artigo de hoje, abordarei uma questão enviada pelo companheiro Luciano Lopes de Dores do Rio Preto, Espírito Santo. Escreveu o nobre companheiro de ideal:
“Parabéns, Rossano, pelo seu trabalho de divulgação do bem. Falando em Transição Planetária, o que tem a ver a Transição Planetária com a nossa Reforma Íntima? E por que é tão difícil realizar essa ‘reforma’? Um abraço forte.”
Querido irmão Luciano, fraterno abraço e obrigado por acompanhar semanalmente meus artigos aqui no Portal Espera Feliz.
Sua pergunta é muito oportuna. Quando falamos de Transição Planetária, estamos nos referindo a esse período no qual nos encontramos em que a Terra, aos poucos, deixa seu estágio de “provas e expiações” e adentra um novo tempo, o de sua “regeneração”, que significa renascimento. Essa regeneração tem a ver com renovação moral.
Para que isso aconteça, se faz necessária uma mudança da “consciência da humanidade”. Sabemos que mudança consciencial ou interior somente se realiza a partir da transformação dos conceitos e valores cultivados e vivenciados pelos seres pensantes. Caso contrário, qualquer mudança será sempre superficial e transitória.
Sabemos que de nada adianta vestir roupa branca na passagem de ano para ter paz no ano seguinte, ou colocar galho de arruda atrás da orelha para afastar mau-olhado ou olho-gordo, ou ainda tomar banho de sal-grosso para retirar energias negativas, etc., se não modificarmos para melhor nosso campo mental e atitudinal.
Aí entra a proposta singular e insubstituível da Reforma Íntima, tão divulgada e trabalhada em nosso movimento espírita.
A reforma íntima proposta pelo Espiritismo equivale ao “batismo de fogo” que, segundo João, o batista, Jesus veio trazer à Terra, ou seja, a renovação dos costumes, a transformação moral e essencial do homem terreno. A purificação espiritual da humanidade, de dentro para fora.
Fora dessa transformação, tão bem simbolizada no conceito da “porta estreita” apresentado pelo Cristo, não seremos trabalhadores fiéis dessa “última hora”, esse período de transição ou de “final dos tempos” infelizes da civilização terrena.
Em realidade, devemos ser interiormente aquilo que desejamos encontrar no mundo de fora. Somente teremos paz, se formos pacíficos; só encontraremos amor, se formos amorosos; viveremos em harmonia com o próximo, se, antes, edificarmos em nós mesmos o equilíbrio emocional e espiritual, proposto pelo Evangelho.
Mas, prezado Luciano, você também indaga por que é tão difícil realizar essa “reforma íntima”. Realmente, meu nobre. É difícil mesmo! É complexo porque, ao longo de muitas vidas ou reencarnações, exercitamos os valores do “homem velho”, conforme sinalizou o apóstolo Paulo. Materialismo, paixões inferiores, viciações, apegos desnecessários, orgulho e egocentrismo foram as construções que consolidamos em nosso interior ao transitarmos do estágio animal para o hominal. Esses valores e experiências não estão mortos no passado, mas vivem em nós, no presente, em nosso subconsciente.
Reformar a alma, o seu campo mental ou espiritual, significa reciclar ou transformar todo esse conteúdo denso que, do subconsciente, dirige a maior parte de nossas emoções e ações.
Bem se vê que isso é trabalho para muitas vidas, mas que não pode ser deixado para ser iniciado depois. O “bom combate” contra nossas imperfeições morais – a reforma íntima – deve ser iniciado agora.
Repito sempre que “não podemos deixar o vasilhame do almoço se acumular com o do jantar”. Não pensemos que, pelo fato de podermos reencarnar muitas vezes, a vida – a lei divina – deixará de nos “cobrar” pelas nossas ações infelizes, ou mesmo pela nossa omissão comodista. Precisamos aprender a modificar, hoje, os hábitos infelizes do passado que clamam por transformação em nós, se não desejarmos sofrer um pouco mais, até a irmã dor – essa pedagoga severa – nos jogar no chão, para que possamos contemplar o céu da nossa própria consciência.
Comecemos hoje esse trabalho intransferível e necessário da reforma interior, instaurando em nós os valores do “homem novo” que herdará a nova Terra de paz e harmonia, prometida pelas Antigas Escrituras e pelo Cristo de Deus aos mansos e puros de coração.
Luz e paz a todos!
Se possível, prezado leitor, deixe no campo abaixo o seu comentário ou a sua questão, para que abordemos no próximo artigo.
Rossano Sobrinho é educador, psicopedagogo, conferencista e escritor espírita. Autor de 13 livros. Seus trabalhos atuais são publicwww.editorachicoxavier.com.br ados pela Editora Chico Xavier de Belo Horizonte.
Contato: rossanosobrinho@yahoo.com.br /