Desde o instante em que desembarquei em Cusco, também conhecida como “Qosqo” – que na língua quéchua significa “umbigo do mundo” – senti-me envolvida em um abraço acolhedor e misterioso. A altitude de 3.399 metros lembrou-me gentilmente que eu estava em um lugar especial, tornando a respiração um pouco mais difícil, mas a beleza ao redor fazia o esforço valer a pena. Com sua aura de misticismo e espiritualidade, Cusco parecia uma pintura antiga ganhando vida a cada passo meu.
As ruas de paralelepípedos, com seu charme rústico e a sensação de história palpável, conduziram-me a uma viagem no tempo. Cada esquina parecia sussurrar segredos do passado, e eu, como uma exploradora em um cenário mágico, vi-me completamente imersa na experiência. A Plaza de Armas, com sua grandiosidade e movimento constante, foi o coração pulsante da cidade. Sempre que chegava lá, sentava-me na escadaria da Catedral, absorvendo o cenário vibrante. A sensação de estar em meio a uma celebração contínua foi indescritível: danças tradicionais, risos de turistas e vendedores ambulantes oferecendo suas mercadorias com um entusiasmo contagiante.
Cada refeição foi uma celebração da rica tapeçaria culinária de Cusco. Provei pratos típicos como o cuy assado, com sua pele crocante, e a sopa de quinoa, que aquecia o corpo e a alma. A combinação de ingredientes frescos e especiarias locais criou uma experiência gastronômica inesquecível. A culinária foi uma parte vital da minha experiência, permitindo-me conectar ainda mais profundamente com a alma vibrante da cidade.
A verdadeira magia da viagem foi intensificada pela companhia das minhas amigas, Ambrózia, Danúbia e Patrícia. Juntas, exploramos cada canto de Cusco com empolgação e camaradagem, tornando cada momento ainda mais especial. Nossas conversas nas calçadas de paralelepípedos e a risada compartilhada durante nossas aventuras tornaram a jornada ainda mais memorável. Suas perspectivas únicas e o calor da amizade aprofundaram nossa conexão não apenas com a cidade, mas também entre nós.
Em Cusco, a sensação foi de estar imersa em um mundo paralelo, um universo encantado que transcendeu o cotidiano. A cidade parecia vibrar com uma espiritualidade antiga, oferecendo uma conexão profunda entre passado e presente. Cada momento ali foi extraordinário, uma verdadeira imersão no umbigo do mundo.
Ao refletir sobre essa experiência, sinto uma profunda gratidão por ter explorado Cusco. A cidade encantou-me não só pela sua beleza e história, mas também por deixar em meu coração, um eco persistente de maravilha e admiração. Levo comigo um fragmento da alma mágica de Cusco, uma lembrança que ilumina meu caminho.
Dedico esta crônica às minhas amigas e companheiras de viagem, Ambrósia, Danúbia e Patrícia. E a todos aqueles que, como nós, amam viajar e se perder nos encantos de cada novo destino.
Por Valéria Debosan
