O Corpo de Bombeiros de Manhuaçu e brigadas de combate a incêndio lutam para combater incêndios florestais em três reservas ambientais na região. Há mais de 48 horas, o fogo consome a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Feliciano Miguel Abdala, entre os municípios de Ipanema, Caratinga e Simonésia. Voluntários e brigadistas se revezam nos trabalhos com os Bombeiros para preservar o rico ecossistema da reserva, que é o habitat natural do Muriqui, o maior primata das Américas.
Em Santa Margarida, o incêndio florestal ameaça parte do Parque Estadual Serra do Brigadeiro. Em Simonésia o fogo atingiu a RPPN Mata do Vargas, localizada na região de Monte Alverne, na divisa com Manhuaçu. Em Alto Caparaó, as chamas tomaram conta de uma mata na estrada de acesso a cidade de Caparaó na noite desta terça-feira.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros de Manhuaçu comandada pelo Sargento Cleber Marcílio, se dirigiu ao local nesta terça-feira, 14/10, mas mesmo com os esforços e apoio de voluntários, o trabalho está muito difícil. “O fogo está fora de controle, na parte alta, nas copas das árvores, algumas com mais de 20 metros de altura. A geografia do local, aliada ao tempo seco e ventos fortes, contribui para que as chamas se propaguem rapidamente”, explica o bombeiro.
Algumas fazendas de café já foram atingidas pelo fogo. “Próximo à usina de compostagem de lixo de Simonésia, cerca de 30 mil pés de café foram destruídos pelo fogo. O proprietário rural com a ajuda de funcionários, há dois dias, luta, para que fogo não atinja outra parte da lavoura”, completa.
Sargento Marcílio explica ainda que a maioria dos incêndios florestais começam em pequenas propriedades, onde o morador local usa o fogo para limpar pastagens ou áreas onde pretende criar uma lavoura, sem tomar os devidos cuidados. “Ao fazer uma queimada controlada, além de estar devidamente autorizado pelo órgão ambiental, a pessoa que vai fazer a intervenção, deve tomar os cuidados para o fogo não saia do controle a atinja, o terreno dos vizinhos e as matas próximas”, ressalta Sargento Cleber.
Existe a possibilidade de uma aeronave do Corpo de Bombeiros vir para a região com o intuito de combater as chamas pelo alto. “Fizemos um contato com o Batalhão de Operações Aéreas informando da situação de nossa região e fomos informados da possibilidade da vinda de uma aeronave dos Bombeiros, primeiramente para avaliar as condições e proporções das queimadas por aqui e caso seja necessário, o combate direto às chamas pelo helicóptero”, finaliza.
Apesar do clima seco e do calor, já foram identificadas queimadas criminosas, provocadas por ação de pessoas na região.
Do Portal Caparaó.