O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais divulgou em sua página oficial, no último dia 18, uma notícia sobre aulas gratuitas de jiu-jitsu em Espera Feliz.
Trata-se de uma parceria do juízo da comarca de Espera Feliz com a Secretaria de Ação Social do município, e atende a cerca de cem crianças e adolescentes, com idades entre 6 a 14 anos.
O mesmo projeto já era realizado há mais tempo em Caparaó, e o seu sucesso naquela cidade motivou o juiz Leonardo Curty Bergamini a tentar implantá-lo em Espera Feliz.
Ao Portal Espera Feliz, o magistrado destacou que a iniciativa somente obteve êxito nas duas cidades graças à administração e, principalmente, aos profissionais dos dois municípios, que abraçaram a ideia com empenho e dedicação. Afirmou, ainda, que espera que tais ações possam ser multiplicadas em outras cidades.
O PROJETO
O projeto, criado em fevereiro deste ano, integra as ações do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), desenvolvido no Município de Espera Feliz, e atende a alunos carentes da rede pública de ensino, da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), além de menores em conflito com a lei.
O município arca com as despesas do local onde as aulas são realizadas, o salário do professor e o transporte dos alunos. O juízo da comarca financiou o tatame (tapete sobre o qual são praticadas algumas artes marciais) e os quimonos (uniformes) usados pelos alunos, com verbas provenientes do pagamento de prestações pecuniárias. Essas prestações são valores pagos em dinheiro no caso das transações penais – quando é aplicada uma pena não privativa de liberdade ao acusado de um crime de menor potencial ofensivo – ou a partir de sentenças condenatórias.
Praticante da modalidade há mais de dez anos, o juiz Leonardo Bergamini destaca que o objetivo do projeto, além de proporcionar a atividade física aos jovens, é “auxiliar a formação e o desenvolvimento das crianças e adolescentes, fomentando o exercício de princípios do jiu-jitsu, como disciplina, hierarquia, lealdade, respeito e honra”.
Tanto a secretária de Desenvolvimento Social do município, Alba Barbosa, quanto a coordenadora do Peti, Dilcenia Martins, afirmam que é visível a melhora no comportamento das crianças depois que começaram a praticar o esporte.
A mesma avaliação é feita pela coordenadora do Centro de Apoio e Integração da Criança e do Adolescente de Espera Feliz (Caicef), órgão que possui a maior parte dos beneficiados pelo projeto. De acordo com Gilda Alves Cândido, as crianças ficam ansiosas pelas aulas, que acontecem uma vez por semana, e, graças aos ensinamentos do jiu-jitsu, têm melhorado o rendimento escolar.
Outro grande entusiasta do projeto é Bruno Souza, de 35 anos. Ele já foi padeiro, confeiteiro, garçom, entre outras profissões, mas largou tudo para se dedicar ao jiu-jitsu. E lá se vão 18 anos praticando o esporte – 15 deles só como professor. Bruno tem hoje cerca de 400 alunos espalhados por diversos projetos sociais, como o que é desenvolvido em Espera Feliz, sendo que vários deles já conquistaram títulos em competições importantes.
Segundo o professor, que foi campeão pan-americano na modalidade no último ano e terceiro colocado no campeonato brasileiro, seu maior título vem mesmo desses projetos: “Ver crianças que não tinham condições se superando e se destacando não tem preço”, afirmou Bruno Souza.
Da redação do Portal Espera Feliz. Com informações do TJMG.