Projeto na Região do Caparaó ensina como utilizar bambu em construções e móveis

O desejo de compartilhar conhecimentos e práticas relacionadas ao uso sustentável do bambu, a constatação da carência de mão de obra especializada nesta arte e da grande procura por objetos variados feitos de bambu, motivaram a realização do Projeto de Oficinas de BambuArte, que está sendo realizado na comunidade de Patrimônio da Penha, município de […]

Publicado em 04/03/2013 - 08:34    |    Última atualização: 04/03/2013 - 08:34
 

O desejo de compartilhar conhecimentos e práticas relacionadas ao uso sustentável do bambu, a constatação da carência de mão de obra especializada nesta arte e da grande procura por objetos variados feitos de bambu, motivaram a realização do Projeto de Oficinas de BambuArte, que está sendo realizado na comunidade de Patrimônio da Penha, município de Divino de São Lourenço/ES, no entorno capixaba da Serra do Caparaó, entre desde novembro de 2012 e que continua neste mês.

As oficinas valorizam a versatilidade do bambu como matéria-prima para bioconstrução, produção artesanal de móveis, brinquedos, instrumentos musicais e outras peças úteis e artísticas a partir de algumas espécies de bambu encontradas abundantemente na região do Caparaó Capixaba. Além da (re)descoberta de receitas culinárias saborosas, nutritivas e práticas com o broto do bambu e da compartilha de técnicas de colheita, tratamento e plantio da espécie, essencial para viabilizar a disseminação da cultura de utilização sustentável do Bambu na região.

O Caparaó Capixaba é uma das bases do Núcleo Bambu ES, fundado em 2008 e tem grande potencial para ser uma das regiões modelo de aplicação da Lei do Bambu (Lei 12.484/2011), que institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e Cultivo do Bambu (PNMCB), cujo objetivo é incentivar o plantio e utilização do bambu em propriedades rurais familiares em todo o país.

O Projeto BambuArte visa ainda, através da valorização das artes com bambu, incentivar a geração de renda de forma sustentável no campo, a redução do plantio de madeiras exóticas e do uso predatório de espécies nativas, a recuperação de áreas degradadas com plantios de bambu e a introdução do broto de bambu no cardápio da comunidade (visando a substituição do palmito nativo, ameaçado de extinção), entre outros benefícios.

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As atividades incluem cinco oficinas gratuitas, com 25 vagas cada, sendo metade destinada a moradores das comunidades locais, e, no encerramento do Projeto, a abertura de uma exposição com peças produzidas nas oficinas, um coquetel com receitas à base de broto de bambu e show musical com instrumentos de bambu.

O bambu é utilizado na construção há milênios em países como Japão e Coréia. Até mesmo uma das sete maravilhas do mundo, o Taj Mahal, na Índia, teve sua abóboda estrutura originalmente em bambu. Na China e outras nações do Oriente o broto de bambu é ingrediente comum na culinária. No Ocidente, o uso do bambu também é tradicional, porém ainda de forma muito tímida e pouco valorizada.

Tendências modernas na arquitetura, permacultura, bioconstrução e outros movimentos ecológicos, porém, tem enfatizado o potencial do bambu como madeira do futuro: leve, versátil, barata, bonita e muito mais sustentável que qualquer outra. Na Europa, grandes obras modernas já têm feito uso nobre do bambu. Na América Latina, Costa Rica, Equador e Colômbia se destacam.

 O coordenador técnico do Projeto BambuArte, o artesão, músico e bioconstrutor Flávio Freire de Azevedo, o Flavinho do Caparaó,  é um dos entusiastas do bambu no Espírito Santo. “É hora do Brasil integrar esse movimento e o Caparaó pode ser um dos núcleos forte para apoiar essa revolução sustentável no país.”, profetiza. Flavinho é um dos fundadores do Núcleo Bambu ES e é uma das referências na arte bambuzeira na região.


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