MANHUAÇU (MG) –Demonstrando bastante frieza, o pintor Paulo Roberto Basílio (Ceguinho Pintor) chegou ao Fórum Desembargador Alonso Starling na última segunda-feira, dia 01, para ser submetido a julgamento pelo crime contra a própria neta. Foi condenado a 26 anos de prisão.
“Ceguinho Pintor” foi acusado de desferir golpes de facão na criança de 05 anos, no dia 17 de dezembro do ano passado, na praça Antônio Brum, quando, num ataque de fúria a menina foi atacada pelo avô, que a golpeou sem piedade na cabeça e nas mãos. A cena chocou funcionários, familiares e populares que viram a criança dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento. O acusado teria desferido golpes de facão, momentos antes no próprio genro, Wallace Pereira da Silva. Não satisfeito, acabou vingando da própria neta.
Ao sentar no banco dos réus, o acusado Paulo Roberto Basílio não conseguiu explicar as razões que o levaram a usar de tamanha violência contra a própria neta. Só disse que não recordava de nada que havia acontecido.
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou Paulo Roberto Basílio por homicídio tentado com três qualificadoras (motivo fútil, meio cruel e recursos que dificultaram a defesa da vítima). O Promotor de Justiça, Dr. Bruno de Lanna disse que o passado obscuro e outras circunstâncias que se deram, também foram desfavoráveis ao réu. “Ceguinho Pintor” foi preso em julho de 2007, após esfaquear o pedreiro Geraldo Santiago Dutra, residente na Rua Olímpio Vargas. Na confusão, tentou matar o próprio filho, Felipe José Braga Basílio.
Ao final, o corpo de jurados reconheceu as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público e, desconsiderou a tese da defesa. O juiz da Vara Criminal, Dr. Marco Antônio Silva leu a sentença, condenando Paulo Roberto Basílio a 26 anos de prisão.
Defesa tenta argumento sem sucesso
A todo o momento, a defesa de Paulo Roberto Basílio feita pelo advogado Wenceslau Ferreira da Costa Filho era de que, o acusado havia cometido a barbárie por ter surtado, devido ao uso de medicamento misturado com bebida alcoólica. Para o advogado, Paulo Roberto Basílio padece de uma doença psiquiátrica e o uso do medicamento com bebida o levou de forma inconsciente contra a criança. “Ele negou qualquer ação contra a criança, pois estava sem saber o que estava se passando. Estava sob efeito de álcool. Com o surto psicótico acabou investindo contra a própria neta”,ressalta o advogado, Wenceslau Ferreira.
Ele destaca que nenhuma das qualificadoras faz jus a condenação, que em sua avaliação foi altíssima. Diante da dosagem da pena, o defensor estará recorrendo da sentença, apresentando argumentação de que Paulo Roberto Basílio deveria ter sido absolvido pelo quadro que padece e, ainda ser submetido a um exame de sanidade mental. A partir daí, o Tribunal de Justiça poderá marcar outro julgamento.
Para o Promotor Bruno de Lanna, mesmo com a argumentação de que o acusado estava bêbedo, não exclui o crime. “Nenhum laudo de que o acusado está doente foi apresentado pela defesa. A sociedade está de parabéns por ter um corpo de jurados célere. Essa condenação representa a comoção social e a resposta do Poder Judiciário da Comarca de Manhuaçu”,frisa Dr. Bruno de Lanna.
Eduardo Satil