PC desarticula quadrilha que fraudava vestibular de medicina na região

Foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em dinheiro, celulares, documentos, pontos eletrônicos, munições de uso restrito e um veículo VW Jetta.

Publicado em 05/12/2013 - 12:06    |    Última atualização: 05/12/2013 - 12:55
 

Uma quadrilha que movimentava milhões de reais na venda de vagas em cursos de Medicina em faculdades particulares mineiras e fluminenses foi desbaratada, nesta terça-feira (3), pela Polícia Civil de Minas Gerais.

Além do funcionário público aposentado Quintino Ribeiro Neto, de 63 anos, e Maria Aparecida Calazani, de 37, considerados coordenadores do grupo, outras 19 pessoas foram presas, entre elas um policial militar do Rio do Janeiro, aposentado e um produtor rural, morador de Dores do Rio Preto, zona rural de Durandé.

Com a quadrilha foram apreendidos cerca de R$ 500 mil em dinheiro, sendo 25 mil em dólares, celulares, documentos, pontos eletrônicos, munições de uso restrito e um veículo VW Jetta, pertencente à uma integrante da quadrilha, moradora de Caratinga, veiculo, avaliado em cerca de 80 mil reais.

Denominada “Hemostase” (conjunto de procedimentos cirúrgicos para estancar uma hemorragia), a operação foi iniciada há oito meses pela 36ª Delegacia Regional de Caratinga, coordenada pelo Delegado Regional Dr. Fernando Lima.

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21 mandados de prisão e outros 32 de busca e apreensão forma expedidos pela Justiça da Comarca de Catinga. Uma equipe de 180 policiais se dividiu entre 17 cidades de Minas e do Rio de Janeiro, utilizando 38 viaturas e um helicóptero.

“As prisões e apreensões fecham uma etapa importante da investigação, mas o trabalho não termina aqui. Pelo contrário, vamos aprofundar os levantamentos a fim de solidificar ainda mais a nossa convicção de que desvendamos um esquema criminoso altamente rentável e que permitia a entrada de profissionais despreparados no mercado da Medicina”, explicou o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária, delegado Jeferson Botelho, que supervisionou a operação de hoje.

As investigações apontaram que a organização criminosa auxiliava o candidato a ingressar ilicitamente no curso de Medicina, cobrando pelo “serviço” valores que variavam entre R$30.000,00 a R$140.000,00, dependendo da modalidade de fraude utilizada. O método podia ser aplicado por meio de telefone celular, ponto eletrônico, vaga direta, terceiros que faziam a prova no lugar do candidato ou pela falsificação de históricos escolares.

O ESQUEMA

De acordo com as investigações, a quadrilha era formada por vários coordenadores, tendo Quintino, Rômulo e Azenclever como os principais interlocutores. “Quintino era a pessoa que tinha a maior influência no grupo, ele foi flagrado em diversas filmagens da Polícia Civil recebendo grandes quantias em dinheiro, na cidades onde ficavam as faculdades, geralmente ele marcava o encontro com os clientes nos estacionamentos da faculdades ou em shopping center,” frisou Dr. Fernando Lima, Delegado Regional de Caratinga.

Segundo o que foi apurado, após, o contato com o corretor, o grupo juntava as informações sobre o vestibular com o coordenador local. E no dia do vestibular de posse das informações, todos se dirigiam para a cidade, um “expert” do grupo entrava na sala de aula e fazia a prova rapidamente e saia da sala, encontrava-se com o coordenador local e este passava as respostas da prova para os candidatos, através de pontos eletrônicos ou via SMS, usando aparelhos de celulares devidamente modificados para passar pelo detector de metais.

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Dr. Fernando Lima destacou ainda a possibilidade de envolvimento de pessoas ligadas diretamente com as faculdades, pois uma das modalidades praticada pelo grupo era o acesso direto à faculdade. “O candidato se inscrevia no vestibular e fazia a prova e independente da nota, ele era aprovado e no dia da matricula, pagava o valor combinado ao agenciador que podia chegar a 140 mil reais, dependendo da vaga pretendida.” completou.

PRISÕES

Além dos líderes, foram detidos José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, incumbido de angariar candidatos; Rômulo de Abreu Neto, de 56, fazendeiro, morador de Durandé, era um dos contatos para a modalidade direta da fraude; Mirela de Souza Faria, de 33 anos, e Samyra Sarah Marques, de 26, ambas que após terem ingressado na faculdade de Medicina passaram a angariar clientes para a quadrilha.

Também foram presos Talytta Cristine da Silva, de 26 anos, e Spencer Almeida de Oliveira, de 22, candidatos que exerciam a função de intermediadores. O estudante de Medicina e fisioterapeuta Azenclever Eduardo Rogério, de 39 anos, e a médica Micheline Vieira Ribeiro também tiveram seus mandados de prisão cumpridos, assim como os integrantes Eduardo Carlos Pereira, Michela Vieira Ribeiro Pereira, Shirlene Teixeira Reis Vieira e Lorena Rocha Marques, de 22 anos.

No Rio de Janeiro foram presos, o estudante de Medicina Marcelo Alves Vasconcelos, de 25 anos, Sergiane Rodrigues Calazani, de 32, Antônio Camillo de Souza Neto, de 39, Gláucia Adriana de Carvalho Peixoto, de 44, a dentista Evanelle Franciane de Souza, Nathalie Franco Savino, de 30, e Jorge Rodrigues de Oliveira, policial reformado do Rio, de 60 anos.

As instituições envolvidas como vítimas são a Unipac de Juiz de Fora, PUC e Faminas de Belo Horizonte, Unec de Caratinga, UI de Itaúna, Unig de Itaperuna e Nova Iguaçu (RJ), Unifeso de Teresópolis (RJ), FMP de Petrópolis (RJ), Univaço de Ipatinga e Funjob de Barbacena. Elas serão investigadas na modalidade da venda direta.

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Os presos por envolvimento no esquema poderão responder por crimes como Associação Criminosa, Fraude de Certames de Interesse Público, Estelionato, Falsificação de Documentos Públicos e de Documentos Particulares, Falsidade Ideológica, Falsa Identidade e Lavagem de Dinheiro.

Fonte: Portal Caparaó


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