ALTO CAPARAÓ (MG) – “Alguma coisa precisa ser feita urgententemente, para não perdermos aquele santuário ecológico”: com essa frase, a chefe do Parque Nacional do Caparaó,Thaís Farias Rodrigues surpreendeu a todos que participavam de uma reunião,nesta sexta-feira,23, para a elaboração do Plano Regional para o Desenvolvimento do Turismo na Zona da Mata de Minas Gerais.
Devido a falta de recursos financeiros, redução de pessoal, corte no orçamento a nível federal acabou colocando o Parque Nacional do Caparaó em situação bastante delicada. Mas, nos últimos dias alguns fatores se complicaram, quando, então, por determinação superior iniciou-se o corte no quadro de servidores da reserva ecológica e, com isso a estrutura começou a ficar comprometida.
O Parque Nacional do Caparaó, que possui uma estrutura grandiosa, área muito extensa para visitação,acampamento e área de entrada de visitantes enorme, deixa a coordenação em apuros e, não está tendo condições de oferecer a segurança necessária aos visitantes.
Segundo Thaís Farias, o número de funcionários para realizar a limpeza está reduzido, bem como os que fazem monitoramento em toda a extensão, também está com número limitado. A partir daí, os visitantes começam a reclamar da sujeira, a falta de segurança e outras coisas mais, que acabam acontecendo devido a ausência de pessoal.
A chefe do Parque lamenta a condição precária que se encontra a reserva, que abriga o terceiro ponto mais alto do País, o Pico da Bandeira, com 2.892 metros de altitude, que já foi visitado por turistas de todo o mundo, devido ao lugar encantador, que guarda os mistérios da mãe natureza. O Parque Nacional do Caparaó é também um dos destinos mais procurados pelos adeptos do montanhismo no Brasil.
A riqueza natural oferece além das trilhas, a beleza, onde os visitantes podem se deliciar com banhos em cachoeira e piscinas naturais, observar deslumbrantes visuais da Serra do Caparaó e região, com belos espetáculos no alvorecer e no pôr do sol.
Segundo a chefe do Parque, Thaís Farias Rodrigues tudo isso pode ficar apenas na lembrança, caso o comodismo permaneça. “Há a necessidade de uma mobilização geral, elaboração de abaixo assinado e os políticos da região voltarem os olhos para essa triste realidade que estamos enfrentando. Ir à Brasília e cobrar do Ministério do Meio Ambiente, da presidenta da República, Instituto Chico Mendes e todos os órgãos ligados às questões ambientais”, ressalta.
O santuário ecológico pede socorro
Quem conhece e já o visitou sabe da riqueza de beleza natural,que se esconde no vale encantado, que proporciona caminhadas em áreas de florestas e, especialmente, pelos campos de altitude que são outras atrações do local, propício também para observação das aves.
O parque foi criado em 24 de maio de 1961, pelo decreto federal No 50.646, assinado pelo então presidente Jânio Quadros, atualmente é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade e, possui 26.000 hectáres de área.
Dispõe de quatro áreas de acampamento pela portaria de Alto Caparaó em MG – “Tronqueira” e “Terreirão” – e pela Portaria de Pedra Menina no E.S – “Macieira” e “Casa Queimada”, com sanitários, lava-pratos, mesas, bancos e quiosques (estes últimos apenas na “Tronqueira”) e ainda churrasqueiras na área de visitação denominada “Vale Verde” e na “Macieira”.
A chefe do Parque Nacional do Caparaó, Thaís Farias Andrade começa a sentir a fragilidade a fim de garantir a proteção do “Santuário Ecológico”, que preserva belezas da fauna e da flora. “Somos somente dez funcionários, para cuidar de uma área de extensão de 31.853 hectáres. Porém,mais da metade do pessoal já está em período de aposentadoria.Eles continuam lá no parque por amor.Agora falta verba e funcionários. Tudo está ficando comprometido e, se não houver uma mobilização, o parque considerado um “Santuário Ecológico” pode fechar suas portas para visitantes, além de ficar sem nenhuma proteção para evitar invasão e incêndio”, alerta Thaís Farias.
Nos próximos dias, haverá uma alteração no horário de visitação ao Parque Nacional do Caparaó,para evitar transtorno, descontentamento e, que alguém vá ao local e perca tempo para visitar um dos lugares mais bonitos da região.
Eduardo Satil – portalcaparao@gmail.com