Pai mantinha portador de deficiência amarrado

VOLTA REDONDA (RJ) – O Conselho Tutelar de Volta Redonda trouxe para Manhuaçu um adolescente portador de deficiência mental, de 16 anos, que era mantido amarrado pelo pai, Paulo, de 52 anos. Ele foi encontrado num sítio no bairro São Luis, depois de uma denúncia anônima na quarta-feira passada, 10/07. Acompanhados dos policiais militares Marcos e […]

Publicado em 16/07/2013 - 12:28    |    Última atualização: 16/07/2013 - 12:28
 

VOLTA REDONDA (RJ) – O Conselho Tutelar de Volta Redonda trouxe para Manhuaçu um adolescente portador de deficiência mental, de 16 anos, que era mantido amarrado pelo pai, Paulo, de 52 anos. Ele foi encontrado num sítio no bairro São Luis, depois de uma denúncia anônima na quarta-feira passada, 10/07.

Acompanhados dos policiais militares Marcos e Giosseffe, os conselheiros Claudinei Evangelista e Richard Nunes tiveram dificuldades de localizar o sítio. Assim que chegaram à propriedade, que pertence a um primo de Paulo, ele tentou correr para desamarrar o menor, que estava numa varanda nos fundos da casa. O garoto foi encontrado ainda com a corda amarrada a um dos pés.

Paulo, que morava sozinho com o garoto, foi conduzido à delegacia de Volta Redonda, enquanto o filho foi encaminhado para exames. Ele não fala, grita muito e toma remédios controlados.

A casa do sítio tem dois quartos, mas não tem banheiro. Na moradia, os conselheiros e até os policiais ficaram impressionados com a sujeira, inclusive da geladeira. Mas o que mais impressionou foi que um dos quartos está repleto de biscoitos guardados em sacos plásticos e espalhados pelo chão. “É um absurdo”, comentou Claudinei, que chamou a atenção também para o grande número de pneus amontoados na propriedade, cheios de água, servindo como cenário ideal para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.

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Esta é a segunda vez em que o Conselho Tutelar é acionado devido ao mesmo adolescente. Em 14 de abril de 2010, o então conselheiro Antônio Sousa Luís esteve na propriedade, onde teria encontrado o adolescente num colchão, junto com os porcos. Na ocasião, o menor foi entregue à mãe, Maria, e levado por ela para Manhuaçu.

Simplório, Paulo disse que mantinha o filho amarrado porque não tem como cuidar dele e precisa trabalhar no sítio. “Eu não maltrato ele (sic). Minha mulher mora em Minas Gerais e está se aposentando para vir pra cá. Eu o deixo amarrado, senão ele quebra tudo dentro de casa”, afirmou o pai.

Ele declarou ainda que os biscoitos num dos quartos não seriam, conforme suspeitam os conselheiros, para distrair e alimentar o adolescente: “De jeito nenhum, são usados para tratar dos animais”, alegou Paulo. No sítio são criados porcos, galinhas, patos e gado.

– Meu primo fez a casa pra mim. Só posso limpar à tarde, antes de dormir – acrescentou o pai, dizendo que trouxe o filho de Minas fazia apenas três dias.

A informação, no entanto, é desmentida por um ofício do Conselho Tutelar de Manhuaçu, datado de 24 de abril deste ano, enviado ao Conselho Tutelar de Volta Redonda, solicitando a localização do adolescente.  “Na quarta, cedo, a denúncia chegou ao conselho e saímos para verificar. Infelizmente, encontramos esta situação”, lamentou Richard.

O fato foi encaminhado ao Juizado da Infância e da Juventude de Volta Redonda, além do Ministério Público e também está sendo analisado pelo delegado Antônio Furtado.

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O jovem foi trazido para Manhuaçu e, como a família não tem condições de cuidar, foi levado para um abrigo. O pai ficou detido em Volta Redonda.

Carlos Henrique Cruz com informações de José Roberto Destaque Popular / Créditos da Foto: Fernando Pedrosa/Foco Regional


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