Depois de sete horas de paralisação da rodovia BR-116, terminou às 23 horas desta quarta (30) o protesto de moradores do distrito de Vilanova. Os manifestantes reivindicam a substituição de duas lombadas eletrônicas por dois quebra-molas, que já existiam no trecho nos últimos quinze anos.
O fotografo Adílson Dias da Silva, um dos representantes do movimento, afirma que no trecho é grande o número de acidentes e atropelamentos com mortes. “Infelizmente, a maioria dos motoristas não respeitam a sinalização de trânsito. A velocidade máxima permitida na via é 60km/h. Mesmo com os radares há muitos acidentes. Queremos que os quebra-molas sejam mantidos, pois eles obrigam os condutores a reduzirem ainda mais a velocidade”, pontua.
Itamiro Alves foi outra pessoa que tomou frente no movimento. Com um abaixo-assinado com mais de duas mil assinaturas e ofícios encaminhados ao DNIT em mãos, ele protestou por causa da retirada dos antigos quebra-molas. Para se ter uma ideia, o protesto impediu que a retirada fosse finalizada. Metade do quebra-molas ficou no lugar, já que os operários tiveram que abandonar o trecho.
O movimento foi pacífico. A comunidade de Vilanova argumenta que teve motivos para agir dessa forma. No ano passado, em novembro, fizeram um protesto, fecharam a rodovia e ficou de ser apresentada uma outra solução ou a manutenção dos quebra-molas. Como agora foi retirado sem qualquer diálogo com os moradores, a única saída foi fechar a estrada.
O histórico no trecho não é bom. Os quebra-molas em frente ao distrito, que tem cerca de 7 mil moradores, foram instalados em 1996, depois de um protesto por conta de mortes no local. De lá para cá, a comunidade não teve mais problemas. Agora, com a chegada dos radares eletrônicos, o DNIT insiste em retirar os redutores de velocidade da pista, enquanto os moradores não concorram.
Em resposta ao movimento, o Dnit informou que os radares instalados no local não serão retirados. Segundo a assessoria, um estudo feito pelo órgão, apontou que os redutores eletrônicos instalados nas rodovias garantem mais segurança aos pedestres e motoristas.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação foi pacífica e teve início por volta das 15 horas, quando os participantes cortaram árvores e colocaram galhos e pneus na rodovia. Ainda segundo a PRF, por causa do movimento o congestionamento na via chegou a mais de quinze quilômetros nos dois sentidos.
Motoristas e muitas pessoas que estavam em ônibus, especialmente das linhas de Manhuaçu para os distritos, reclamaram da demora do protesto.
Durante o movimento, o DNIT de Caratinga (responsável pelo trecho) foi acionado várias vezes, contudo ninguém foi para a comunidade negociar a liberação da estrada.
Carlos Henrique Cruz / Com informações do Jornal Hoje em Dia