Depois de seis horas: Manifestantes liberam a BR-116

Manifestantes fecharam a BR-116 por seis horas em protesto por causa dos vários acidentes no km 596, entre São João do Manhuaçu e Realeza. A manifestação começou às 9 horas com a colocação de fogo em pneus e se estendeu com a derrubada de uma árvore que bloqueou totalmente a passagem de veículos. A mobilização […]

Publicado em 20/12/2012 - 22:32    |    Última atualização: 20/12/2012 - 23:33
 

Manifestantes fecharam a BR-116 por seis horas em protesto por causa dos vários acidentes no km 596, entre São João do Manhuaçu e Realeza. A manifestação começou às 9 horas com a colocação de fogo em pneus e se estendeu com a derrubada de uma árvore que bloqueou totalmente a passagem de veículos.

A mobilização começou há poucos dias, depois de mais uma sequencia de acidentes registrados na semana passada no trecho. Em apenas uma curva, foram três acidentes graves na semana passada com sete veículos diferentes (a maioria carretas) e duas mortes, além de quatro feridos.

O local, que ganhou o apelido de curva da morte, é palco de acidentes quase diários. Foi feita uma melhoria na sinalização, mas somente isso não resolveu o problema.

Cansados de pedir medidas mais fortes do DNIT para obrigar os motoristas a reduzirem a velocidade no trecho, moradores se organizaram num protesto. Com pneus, eles fecharam a pista. Depois, uma árvore foi derrubada impedindo definitivamente a passagem.

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PROVIDÊNCIAS

Um dos manifestantes, Paulo Roberto Fonseca, conta que a população já cobrou providências diretamente ao DNIT e não veio uma solução de verdade. “Nosso objetivo é que o DNIT se comprometa a tomar providências e dê uma solução, com um quebra-molas ou radar. Alguma coisa tem que ser feita. Já mandamos e-mail e fizemos outros contatos, mas sempre afirmam que há uma quadrilha de saqueadores provocando os acidentes. Isso é um problema de polícia e tem que ser feita alguma coisa, agora o DNIT também tem que ver que só as placas não resolveram”, justifica.

O vendedor José Geraldo sofreu acidente em agosto do ano passado no local e diz que tem medo de passar no trecho do km 596. “Eu estava no carro com três pessoas e dou graças a Deus por não ter acontecido nada pior. Não é apenas culpa dos motoristas. No mês que eu me acidentei foram 13 acidentes em 26 dias. O DNIT tem que fazer algo melhor para forçar todos a reduzirem a velocidade nesse local”.

O vereador José Lourenço participou da manifestação acompanhado dos vereadores Elias Mariano e Marlene Dornelas. Ele contou que a Câmara Municipal de São João já fez solicitações ao DNIT, bem como a prefeitura e as respostas sempre colocam a culpa nos saqueados de cargas. “Estamos cansados desse jogo de empurra. Já está na hora de fazerem algo para acabar com esses acidentes”, argumentou.

A DOR DE UMA MÃE

Lucilene Raposo de Souza perdeu o filho num acidente há quatro anos. Segurando uma das faixas do protesto, ela disse que a dor da perda de um filho é como se tivessem arrancando um pedaço de seu coração. “Quantas mães estão com o mesmo sentimento que eu hoje. O meu filho era tudo para mim. Um jovem que tinha muita saúde, era trabalhador e perdeu a vida de uma forma tão trágica. Eu estou aqui mostrando minha indignação para que outras famílias não passem pelo que sinto. Isso tem que parar. Não pode continuar desse jeito. É uma dor que não termina nunca”, contou em meio às lágrimas.

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Policiais rodoviários federais foram até o local e negociaram com os manifestantes a liberação da pista. Na conversa, o PRF Tadeu Lima reconheceu o direito deles protestarem, mas argumentou a necessidade da liberação da rodovia.

Depois de seis horas e meia, o km 596 da BR-116 foi liberado pelos manifestantes. O acordo para liberação da pista aconteceu depois que um representante da Polícia Rodoviária Federal de Governador Valadares se reuniu com o grupo e comprometeu-se a enviar a documentação dos moradores e da própria PRF para o DNIT em Brasília (DF).

Segundo a informação, o prazo é de dez dias para manifestação do órgão federal. Os moradores admitem que poderão realizar novas ações se nenhuma providência for adotada.

 

Carlos Henrique Cruz / Jailton Pereira – portalcaparao@gmail.com


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