Dois acidentes em um intervalo de 12 horas, entre domingo e segunda, mataram cinco pessoas num trecho de seis quilômetros da BR-116, na região do distrito de São Pedro do Avaí, em Manhuaçu. Cansados de perder familiares na violência da estrada e não ter uma providência efetiva do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os moradores fecharam a rodovia federal em protesto.
Durante cerca de duas horas, na manhã desta terça-feira, 16, cerca de duzentas pessoas foram para a pista com pedaços de pau e pneus. Eles atearam fogo e iniciaram o protesto por segurança na rodovia federal. A medida foi a segunda manifestação em uma semana. No distrito de Dom Corrêa, a cerca de 15 quilômetros, moradores também fecharam a estrada na quarta-feira passada.
AVISO
Lideranças admitiram a suspensão do movimento e anunciaram que vão esperar os quinze dias. Caso não sejam adotadas medidas, o novo protesto vai fechar a estrada na véspera do feriado de finados. “Fizemos projetos e cobramos providências e nada foi realizado pelo DNIT. Chegamos a esse ponto porque não agiram. É muito triste sabermos que a pessoa sai de casa e não sabe se vai voltar. Fica sempre na promessa de fazerem um trevo, colocarem redutores de velocidade e outras medidas. Pedimos isso há oito anos e nada é feito. A sinalização é precária e chega a ser vergonhosa, pois não avisa e nem alerta os motoristas do real perigo. O nosso foco agora é o DNIT. Eles não agem, como se não fosse um problema deles. A manifestação é legítima e vamos continuar até que o DNIT nos trate com o respeito devido. Nós vamos fazer outro protesto se não agirem”, avisa o líder comunitário José Eugênio.
A rodovia só foi liberada depois que formaram uma comissão de moradores, liderada por José Eugênio, para encaminhar pedidos de providências ao DNIT, Ministério Público Federal e Governo do Estado. A carta dá um prazo até o dia 1º, véspera da feriado, quando farão outro protesto.
LIBERAÇÃO DA PISTA
A Polícia Rodoviária Federal esteve no local e negociou com os moradores a liberação da pista. O policial rodoviário Carvalho orientou as lideranças a procurar os órgãos e explicou que a inspetoria da PRF comunica, quinzenalmente, os números de vítimas e locais de maior incidência de acidentes.
Ele lembrou que somente o DNIT tem competência para agir nas questões de sinalização, modificação de traçado de curva, instalação de lombadas ou redutores de velocidade, que os moradores estavam reivindicando.
Jailton Pereira – portalcaparao@gmail.com