A proliferação do mosquito Aedes Aegypt, transmissor de vírus como o da Dengue, febre chikungunya e zica, levou o prefeito de Manhuaçu Nailton Heringer a decretar situação de emergência em todo o território do município. O decreto do chefe do Executivo foi publicado na quinta-feira, 21 de janeiro. A partir do decreto, o trabalho da equipe de Endemias do município foi intensificado e todos os setores convocados para o combate. Na oportunidade, os números preocupavam porque, em apenas 21 dias, foram notificados 46 casos. O problema é que passados somente oito dias da divulgação desses números os casos suspeitos triplicaram. O cenário é ainda mais complexo porque a Vigilância Ambiental do município anunciou o primeiro caso suspeito de febre chikungunya.
O surto agravado de dengue em Manhuaçu é uma realidade e tudo sugere a evolução para uma epidemia. São 143 casos suspeitos de pessoas contaminadas pelo vírus. Em entrevista, a coordenadora da Vigilância Ambiental de Manhuaçu, Emilce Estanislau Muniz, disse que a doença está espalhando na cidade. “Nós já estamos desencadeando o que chamamos de Plano de Contingência, que foi preparado no final do ano passado e agora está sendo deflagrado. Ações como criação de unidades de terapia e soroterapia estão sendo providenciadas. Além disso, haverá mobilização do laboratório para atender todas as suspeitas. Vamos encaminhar para a Secretaria de Estado da Saúde, na próxima segunda-feira, uma solicitação para envio do UBV do veículo de fumacê pesado para a cidade de Manhuaçu. Também já comunicamos, verbalmente, a Gerencia Regional de Saúde de Manhumirim” – acrescentou Emilce.
O período de final de férias e a proximidade com outro feriado prolongado, o de carnaval, sugere o aumento de casos suspeitos o que aumenta a preocupação.
PRIMEIRO CASO SUSPEITO DE CHIKUNGUNYA
Um idoso, que está internado no Hospital César Leite, é o primeiro caso suspeito de pessoa contaminada com o vírus causador da febre chikungunya, em Manhuaçu. O homem foi internado com suspeita de dengue e o quadro clínico evoluiu para o que o infectologista que acompanha o caso acredita ser da doença. “Os exames desse paciente já foram coletados e enviados para o laboratório de referência. Enquanto não é apontado o resultado, o homem está sendo acompanhado e tratado. Tão logo tenhamos a confirmação ou não da nossa suspeita, vamos imediatamente divulgar para a população, como estamos fazendo em cada uma das nossas ações” – informou a coordenadora da Vigilância Ambiental. Ela disse também que passou da hora da população “arregaçar as mangas” e entrar de vez na briga contra o mosquito. “Não adianta mais as pessoas se preocuparem em reclamar, denunciar, criticar a falta de atitude do vizinho ou mesmo ignorar a situação. É hora de todo mundo se movimentar e fazer sua parte. As palavras tem que se transformar em ações concretas para evitar a epidemia. Por isso conclamamos toda a população para agir imediatamente. Tem um lote, procure limpar. Tem quintal, faça uma varredura para eliminar inservíveis. Costumo dizer que o mosquito é democrático e não faz distinção de raça, crença, opção sexual ou condição social. Ele não está preocupado em respeitar limite de muros, bairros ou cidades ou qualquer tipo de divisa. Tem mosquito no município inteiro e até no país inteiro” – alertou Emilce Estanislau.
Neste sábado, 30, no Bairro Matinha, várias ações serão desencadeadas no sentido de conscientizar a população quanto à necessidade de combater o mosquito Aedes Aegypt, transmissor do vírus que causa doenças como dengue, febre chikungunya e zica. A comunidade é umas das que os agentes detectaram maior quantidade de focos do mosquito na cidade. A ideia da equipe da Vigilância Ambiental é de vistoriar todos os endereços. Também haverá um ponto de referência onde vão ser montados stands do NASF, ESF e da empresa de abastecimento de energia. Esta última vai participar oferecendo descontos na conta de luz para quem recolhe e entrega inservíveis.