O comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Edmilton Aguiar, informou que uma equipe da corporação realizou uma vistoria no local no último sábado (11), durante o show da banda “O Rappa”. Ao chegar no local, a equipe constatou que o limite de público da casa, que é de 5.461 pessoas, havia sido extrapolado em 2.109 pessoas, conforme estava registrados nas catracas. Isso é superior ao limite estabelecido no alvará do Corpo de Bombeiros.
Um outro fator agravante, segundo o coronel, foi que uma das saídas de emergência estava lacrada com corrente e cadeado, e na saída principal havia barreiras e bloqueios que poderiam impedir a saídas das pessoas de imediato.
Como as saídas da boate não foram dimensionadas para aquele quantitativo de pessoas que estava no show, o Corpo de Bombeiros informa que poderia ocorrer acidentes com morte, como houve na boate Kiss, no Rio Grande do Sul no ano passado.
Segundo o coronel Edmilton, a boate estava reincidindo nessas infrações, porque já havia sido notificada e multada em outros eventos ao longo de 2013.
A Comissão Técnica do Corpo de Bombeiros recebeu o processo da Companhia Independente de Guarapari, que é o órgão responsável do Corpo de Bombeiros para emitir o alvará, e avaliou que por a boate ser reincidente, e pelo desrespeito das normas por parte dos organizadores, ela deveria ser multada, interditada e ter o alvará cassado.
LIMINAR FOI CONCEDIDA PARA QUE BOATE VOLTASSE A FUNCIONAR
A boate Multiplace Mais obteve liminar para voltar a funcionar já na noite desta sexta-feira (17), após o Corpo de Bombeiros interditar o local por falhas na segurança, durante a manhã. Entre as irregularidades apontadas pelo órgão estão a superlotação da casa e bloqueio das saídas de emergência durante os eventos.
A liminar foi expedida pelo juiz Marcelo Mattar Marinho, da Vara da Fazenda Pública de Guarapari. Na decisão, o juiz argumenta que a boate foi autuada no dia 12 de janeiro e foi concedido um prazo de quinze dias para cumprimento das exigências e apresentação de recurso. Portanto, ela ainda teria dez dias de prazo para apresentar a defesa sobre a notificação, e somente após esse prazo, no dia 27 de janeiro, as penalidades poderiam ser aplicadas.
Para o juiz, o Corpo de Bombeiros deixou de respeitar o prazo concedido pelo próprio órgão para que a boate apresentasse sua defesa ou recurso, e por isso a interdição estaria sendo feita de forma sumária, além de trazer danos patrimoniais irreparáveis aos proprietários por já ter eventos programados e ingressos vendidos em plena alta temporada.
A assessoria de imprensa do Multiplace Mais alegou ainda que não está de acordo com as denúncias de superlotação e bloqueio das saídas de emergência feitas pelo Corpo de Bombeiros.
Fonte: Gazeta Online ES