A Polícia Civil procura 100 mil reais em Manhuaçu. O dinheiro foi sacado no final da manhã desta terça, 05, numa agência local a partir de um golpe aplicado em uma agência do Sicoob em Aracruz, no norte do Espírito Santo. Outros 60 mil reais ficaram bloqueados na conta e mais 50 mil reais foram estornados.
Segundo o detetive Hernesto Francisco da Silva, por volta de 11 horas uma funcionária do banco capixaba recebeu uma ligação em que alguém ameaçava entrar na agência. “Ela ficou muito nervosa por que eles ameaçavam entrar no banco. Diziam que estavam armados e iriam invadir, roubar e matar. Em seguida, a pessoa no telefone perguntou quanto havia no banco. Ela disse que somente 14 mil reais. Então, começaram a exigir que transferisse dinheiro da conta de clientes para uma conta em Manhuaçu em nome de uma corretora de café”, contou o policial.
A mulher transferiu 160 mil reais e o fato foi comunicado à polícia capixaba. “Recebemos a informação do depósito e que o dinheiro estava sendo sacado na agência perto do estádio de Manhuaçu. Fomos imediatamente para lá e localizamos uma pessoa no banco”, detalhou.
Esse homem fez uma previsão na segunda-feira para a retirada e conseguiu sacar os 100 mil reais. De acordo com a Polícia Civil, ele entregou o dinheiro a uma terceira pessoa e ficou no banco tentando liberar os outros 60 mil.
Já o dono da corretora e titular da conta foi localizado mais tarde. “Ele é o titular da conta e foi até a agência. De lá, quando não conseguiu sacar, saiu no encalço do que tinha levado os 100 mil reais. Encontramos com ele perto da delegacia”, explica Hernesto.
O dinheiro e a terceira pessoa não foram localizados ainda, mas a Polícia Civil argumenta que já tem informações sobre a pessoa.
Hernesto detalhou que em geral, os golpes ou casos de extorsão utilizam nomes e documentos falsos, mas nesse caso o que mais chamou a atenção foi o fato da conta ser no nome de uma empresa existente na cidade.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o dono da corretora e o homem que fez a movimentação alegaram aos policiais que o dinheiro era resultado da movimentação de café que estavam fazendo “de favor para outra corretora, contudo não conseguiram falar para que empresas e com quem negociaram”.
O detetive ainda confirmou a informação que aconteceu a mesma extorsão com uma agência de Alegre. “Foram transferidos outros 50 mil reais na conta da corretora, mas acabou que o dinheiro foi estornado antes que sacassem aqui. Nesse caso, não chegou a concretizar porque perceberam o esquema”, alegou.
O homem que estava no banco fazendo a movimentação e fez o saque permanece preso. O dono da corretora foi ouvido e liberado e continua sob investigação.
Para o delegado Getúlio Lacerda, em entrevista, a história não tem sustentação. As várias coincidências sugerem que o pessoal em Manhuaçu tinha o conhecimento do golpe e há o envolvimento de uma quadrilha por trás do esquema todo. As investigações serão integradas com a polícia capixaba.
Enquanto isso, procura-se 100 mil reais.
Carlos Henrique Cruz / Jailton Pereira – portalcaparao@gmail.com