Quietude Mental e Autoconhecimento

Queridos amigos, fiquei muito feliz com o número de participações dos leitores, comentando o primeiro artigo: “A Crença na Reencarnação”. Continuem registrando abaixo do texto os comentários, perguntas e sugestões, para que possamos prosseguir refletindo juntos sobre essas questões singulares da vida espiritual. Hoje, responderei a um interessante questionamento do companheiro Anderson de Manhuaçu. Indagou […]

Publicado em 16/01/2012 - 09:45    |    Última atualização: 16/01/2012 - 09:45
 

Queridos amigos, fiquei muito feliz com o número de participações dos leitores, comentando o primeiro artigo: “A Crença na Reencarnação”. Continuem registrando abaixo do texto os comentários, perguntas e sugestões, para que possamos prosseguir refletindo juntos sobre essas questões singulares da vida espiritual.

Hoje, responderei a um interessante questionamento do companheiro Anderson de Manhuaçu. Indagou ele: “Com uma vida tão agitada quanto a nossa, é tão difícil nos autoconhecermos, pois mesmo quando estamos aquietados fisicamente, nossa mente está agitada. O que você aconselharia? Você acha importante técnicas como a meditação e o exercício de uma respiração mais pausada e profunda?”

 Caro amigo Anderson, obrigado pela participação em nossa coluna. Realmente aquietar a mente é um grande desafio para o homem ocidental. No Oriente, costuma-se dizer que a mente é o nosso “macaco louco”, que nunca sossega, pulando de galho em galho, de pensamento em pensamento, fazendo-nos perder, muitas vezes, o maior presente que a vida nos oferta, o próprio presente, o “agora”. Considero muito importante, sim, a prática da meditação para aqueles que levam uma vida muito agitada. Não estou me referindo necessariamente a técnicas especializadas de yoga, mas a momentos dedicados à auto-observação, à contemplação da natureza, à audição de uma música harmoniosa e também ao exercício benéfico de respirar pausadamente durante alguns minutos, observando a própria respiração, a fim de tranquilizar o corpo e a mente… (Essas orientações estão mais detalhadamente expostas em meu livro “Educando-se para a Felicidade”) Tais recursos, que estão ao alcance de todos, são profundamente eficazes para que possamos contatar o nosso “eu interno”, a nossa essência, fazendo uma conexão com Deus, que está também dentro de nós. Adoecemos e nos afastamos da paz, toda vez que perdemos a conexão com a nossa essência!

O processo de autoconhecimento, de fato, implica quietude mental, porque temos pensamentos e emoções, mas não somos nossos pensamentos e nossas emoções, somos o Espírito imortal que deve gerenciar esses campos internos. O autoconhecimento é a chave para o autodomínio e a paz. Na questão 919 de O Livro dos Espíritos, a obra básica do Espiritismo, Allan Kardec indagou aos Espíritos Nobres: Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?” E obteve a seguinte resposta dos Guias da Humanidade: “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

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 Observemos que conhecer a nós mesmos é um importante caminho para o autoaperfeiçoamento, porque ninguém pode modificar o que não conhece. Quantas emoções, sentimentos, pensamentos e atitudes negativas sequer percebemos fazerem parte de nossa personalidade, de nosso comportamento. Muitos de nós vivemos sem lançar esse olhar à vida interior, de onde nascem nossos hábitos e práticas. A isso podemos chamar de “estado de sono psicológico”. Mas quando começamos a perceber e a avaliar o que sentimos, pensamos e fazemos, iniciamos o importante processo de “despertamento consciencial”. Passamos a ser donos de nós mesmos, mantendo nas mãos as rédeas de nossa vida íntima e relacional.

Também é importante considerar que os Espíritos asseveraram que o autoconhecimento é um meio muito importante para que consigamos resistir à atração do mal. Por quê? Seres inconscientes de si mesmos estão à mercê das situações que vivenciam. Não conseguem preservar as emoções dos conflitos e problemas que todos vivenciamos na Terra, adentrando faixas psíquicas tormentosas, que poderão conduzi-los a graves equívocos e comprometimentos morais e espirituais.

Busquemos, portanto, esses recursos abençoados da meditação, da contemplação do belo, da conexão com a natureza e o Divino, recordando que até o Mestre Jesus periodicamente se afastava do burburinho da cidade, para meditar e orar, a fim de manter a sintonia psíquica com o Pai Celestial.

 

Um fraterno abraço e votos de paz aos queridos leitores!

 

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PS.: Nos próximos artigos, abordaremos as questões enviadas pelas leitoras Paula, de Espera Feliz, e Rosaly, de Brasília.

 

Rossano Sobrinho é educador, psicopedagogo, conferencista e escritor espírita. Autor de 13 livros publicados por editoras de São Paulo e Minas Gerais.

 


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