Querido amigo leitor, prezada leitora, votos de paz!
Abordarei no artigo de hoje um tema muito importante para os dias atuais, a partir da pergunta da telespectadora do nosso Programa Vida e Consciência Geisiane Biundini. Nosso programa, gravado semanalmente, pode ser assistido aqui no Portal Espera Feliz ou pelo Youtube.
Indagou-nos a querida amiga: “Rossano, um Espírito pode reencarnar na mesma família à qual pertenceu na encarnação anterior?”
Geisiane, obrigado pela sua especial participação! Isso é muito comum acontecer. Allan Kardec, o preclaro Codificador do Espiritismo, no capítulo XIV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, afirma que “os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências”.
Observemos que somente a reencarnação pode esclarecer essas tantas questões da afetividade humana… Por que gostamos tanto de determinadas pessoas desde o primeiro contato, mesmo não sendo de nossa atual família terrena?! E qual o motivo de determinadas aversões ou antipatias entre familiares tão próximos? São os amigos e os inimigos de ontem, reencarnados no mesmo clã familiar ou fora dele.
Kardec também esclarece que “há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
A família é na Terra um grande projeto divino que tem como objetivo maior construir nos corações humanos a verdadeira fraternidade, despertar os potenciais sublimes do amor no imo das criaturas. Conduzir o ser humano à vitória sobre o egoísmo, já que no reduto doméstico, para sejamos felizes, precisaremos vencer o “eu”, o ego, em benefício do casal ou do grupo. Vivemos em família para que aprendamos a conviver com toda a humanidade, já que, em realidade, somos todos irmãos, filhos de um mesmo Pai.
Segundo estamos informados pelos benfeitores espirituais, e como também sinalizam muitas pesquisas científicas sobre a reencarnação, podemos, em muitos casos, retornar à vida física como netos ou bisnetos de nós mesmos, colhendo na nova vida os erros e os acertos das vidas passadas.
Seria por isso que, no livro de Êxodo do Antigo Testamento, no capítulo 20, versículo 5, encontramos a seguinte afirmativa: “…porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta geração…”. É óbvio que Deus não “punirá” os filhos pelos erros dos pais, mas essa passagem bíblica retrata a realidade da reencarnação, quando os Espíritos que, hoje, transgridem a Lei Divina, retornarão depois, como filhos de seus filhos ou de seus netos, colhendo o resultado de suas próprias semeaduras.
Que possamos valorizar a abençoada oportunidade da convivência em família, para edificarmos em nós os valores imperecíveis do amor e da legítima fraternidade. A reencarnação é a manifestação ostensiva da misericórdia e da justiça divina, que a todos permite a bênção do recomeço a fim de que nos identifiquemos plenamente como “filhos de Deus” e “irmãos uns dos outros”, acima de quaisquer diferenças sociais, econômicas, étnicas e religiosas…
Um fraterno abraço a todos e até o nosso próximo artigo!
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Rossano Sobrinho é educador, psicopedagogo, conferencista e escritor espírita. Autor de 13 livros. Seus trabalhos atuais são publicados pela Editora Chico Xavier de Belo Horizonte.
Contato: rossanosobrinho@yahoo.com.br / www.editorachicoxavier.com.br