A filosofia do pôr-do-sol

A vida é como o pôr-do-sol...

Publicado em 14/04/2020 - 15:45    |    Última atualização: 14/04/2020 - 15:45
 

Quando morei na Itália, tive a oportunidade de tornar a apreciação ao pôr-do-sol uma rotina. No primeiro dia em que fui ao lungomare para vê-lo, cheguei atrasada. O astro rei já estava bem baixo. Quase não tinha mais luz e deu pra acompanhar pouco o movimento de descida e as variações de luz e contraste. Foi como chegar a uma festa de aniversário já no final dos parabéns.

No segundo dia, saí de casa mais cedo. Não queria perder nenhum segundo desse fenômeno da natureza tão rotineiro, mas que traz consigo um poder tão revigorante. Não resolveu. O atraso deu lugar à espera. Fiquei impaciente. Demorou até enxergar a beleza.

Na terceira vez, tive a percepção de tempo perfeita. Estava pontualmente, às 16h08, esperando por ele. Era inverno e essa era hora que o sol começava a baixar. Dava pra contemplar na medida: não esperava demais e nem perdia o clímax.

Foi incrível. Maravilhoso. As luzes amarelas e laranjadas se mesclavam com nuvens cor de rosa meio florescentes e ao fundo, o vulcão Etna formava uma linda silhueta de sombra. Encheu os olhos e o coração. Essa foi a rotina que seguiu nos dias seguintes: acompanhar o ciclo do sol. Em alguns, ele era deslumbrante. Em outros, as nuvens não permitiam que ele mostrasse o seu melhor.

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As minhas companhias variavam: do gelato ao vinho. Dos amigos italianos aos brasileiros. Disso tudo, veio o aprendizado: a vida é como o pôr-do-sol, tem o tempo exato e a circunstância ideal para cada coisa. Se a gente se atrasa, perde o mais bonito. Se chega muito antes, a beleza perde para impaciência. E se não nos retiramos nos dias cinzas, nunca vamos entender a plenitude dos recomeços.

Por Sylvia Dimittria.


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